Uma equipe de cientistas da Universidade Adam Mickiewicz, na Polônia, aposta em substâncias existentes em alimentos conhecidos para explorar novos tratamentos contra o câncer. Em um estudo publicado nesta quarta-feira (7) na revista Frontiers in Pharmacology, o grupo de pesquisadores apresenta potenciais benefícios de compostos que estão presentes, por exemplo, no tomate e na batata.
O time, liderado por Magdalena Winkiel, focou os glicoalcaloides, que têm capacidade de inibir o crescimento de células cancerígenas e promover a morte delas.
Os cinco glicoalcaloides estudados foram solanina, chaconina, solasonina, solamargina e tomatina, que estão presentes em extratos brutos da família de plantas Solanaceae — inclui tomate, batata, pimentões, tabaco e algumas plantas ornamentais.
Outras plantas da família Solanaceae são tóxicas, devido aos alcaloides que produzem como defesa contra os animais que as comem. Cientistas conseguiram, entretanto, transformar o veneno em remédio ao achar uma dose terapêutica segura.
A primeira etapa de estudos, chamada de in silico, demonstrou o enorme potencial desses compostos, já que eles não são tóxicos e não existiria o risco de danificar o DNA nem causar futuros tumores, embora possa haver alguns efeitos no sistema reprodutivo.
“Mesmo que não possamos substituir os medicamentos anticancerígenos usados hoje em dia, talvez a terapia combinada aumente a eficácia desse tratamento. São muitas dúvidas, mas sem um conhecimento detalhado das propriedades dos glicoalcaloides não conseguiremos descobrir”, sugere em comunicado a pesquisadora Magdalena Winkiel.
O próximo passo é realizar estudos in vitro e em modelos animais, que vão determinar se os glicoalcaloides têm a potencial eficácia e a segurança para permitir testes em humanos.
Informações do R7