O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) apresentou hoje ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) um pedido de investigação sobre suposto “ecossistema de desinformação” promovido pelo presidente Jair Bolsonaro (PL) e apoiadores, inclusive seus três filhos políticos: o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ).
Na ação, os advogados Angelo Ferraro, Eugênio Aragão e Cristiano Zanin, que representam Lula no TSE, apontam o uso indevido dos meios de comunicação e abuso de poder político e econômico com o objetivo de manipular e influenciar o processo eleitoral. Na peça, a defesa do presidenciável pede que o presidente e seu candidato a vice, Walter Braga Netto (PL), sejam investigados e que 45 bolsonaristas —entre eles as deputadas Carla Zambelli (PL-SP) e Bia Kicis (PL-DF), o deputado eleito Nikolas Ferreira (PL-MG) e o ex-ministro e deputado eleito Ricardo Salles (PL-SP)— tenham suas contas bloqueadas nas redes sociais até 31 de outubro.
O petista solicita também a identificação e responsabilização de outros 34 usuários de redes sociais que também fazem parte da suposta rede de desinformação na internet.
“Assim, com o objetivo de assegurar o equilíbrio entre os adversários que se enfrentam no 2º turno da disputa ao cargo de presidente da República, em face da ostensiva divulgação de desinformações que visam à usurpação do debate público e manipulação da opinião popular para degradar a candidatura de Lula e beneficiar ilegitimamente Jair Messias Bolsonaro, torna-se imprescindível que seja determinado imediato bloqueio dos perfis/páginas/canais/contas destacados na presente AIJE, de maneira temporária, até o encerramento das eleições gerais de 2022”, pedem os advogados na ação.
Entre os alvos de pedidos de quebra de sigilos estão Filipe Schossler Valerim, Henrique Leopoldo Damasceno Viana e Lucas Ferrugem de Souza, donos do Brasil Paralelo; os blogueiros Kim Paim e Gustavo Gayer; Ernani Fernandes Barbosa Neto e Thais Raposo do Amaral Pinto Chaves, donos do canal Folha Política.
Segundo os advogados, o objetivo é aferir eventuais valores despendidos para custear direta e indiretamente conteúdos produzidos massivamente para apoiar a candidatura de Jair Bolsonaro, tais como: impulsionamentos em plataformas digitais, produção e publicação de conteúdo nas redes sociais, produção e disponibilização de materiais gráficos e audiovisuais; além de apurar se houve aplicação de recursos financeiros na campanha de Bolsonaro, ainda que indiretamente, por meio da produção de materiais e conteúdos publicados em plataformas virtuais.