A Polícia Federal já identificou Wagney Correia Cajé como “longa manus de Luiz Dantas”, pai do governador afastado Paulo Dantas, na tentativa de “influenciar testemunhas”.
No relatório de investigação da Operação Edema, obtido por O Antagonista, a Polícia Federal identifica Wagney Correia Cajé como “longa manus de Luiz Dantas”, pai do governador afastado Paulo Dantas, na tentativa de “esvaziar provas e influenciar testemunhas” do caso da rachadinha da Assembleia Legislativa de Alagoas.
Cajé, que se identifica como “Wagney Dantas”, é vice de Marina Dantas, mulher de Paulo e prefeita do município de Batalha (Alagoas). Ele tem atuado intensamente na campanha pela reeleição do governador afastado.
Segundo a PF, Wagney atuou para comprar o silêncio de Lucymara Freitas Barbosa, oferecendo a ela dinheiro e emprego na Prefeitura. Lucymara seria uma das “laranjas” usadas pelo esquema para desviar recursos do Legislativo alagoano.
Gravação obtida pelos investigadores reforça os indícios de tentativa de obstrução.
Na conversa com Lucymara e o marido Júlio, Wagney ameaça: “Aí o que me preocupa? O que preocupa a todos nós? É vir aqui para chegar num consenso e saber o que houve e levar você a ir às redes sociais, entendeu? (…) E o pedido aqui é o seguinte: teria uma conversa entre nós? Porque se não houve, não adianta nem eu estar aqui. Têm interesse de vocês em prejudicar o deputado Luiz Dantas?”
Júlio, responde: “Não… de jeito nenhum! Ninguém quer prejudicar ninguém não!”
Wagney, então, oferece ajuda jurídica, mas Lucymara reage: “Moço… estamos nessa por causa dele (Luiz Dantas). A gente não é burro não (…) a ajuda de vocês é para calar nossa boca. Nós não vai (sic), nós sabe (sic) o que eles fizeram (…) quando chamaram a gente foi essa história que era 300 reais por mês, (mas) nós nunca recebeu (sic).”
Em seguida, o vice-prefeito diz que Paulo Dantas e Luiz sabem que Lucymara e outros laranjas do esquema não recebiam seus salários.Ele então sugere aos interlocutores que, para não prejudicar o pai do governador, mintam à PF sobre o trabalho na Assembleia.
“Agora eu te pergunto… o dinheiro eu sei que vocês não pegaram. Ponto. Paulo sabe, Luiz Dantas sabe também. Quem é que ficou com o dinheiro? Para nós, está claro. Agora o que é que, qual o pedido nosso? Aí entra o Luiz Dantas, né? Para não prejudicar Luiz Dantas… chega o processo… chegou par ao Júlio e para você. Venha cá: ‘Vocês trabalharam na Assembleia? (…) se vocês disserem ´trabalhei três meses e não deu para mim lá e vim embora´, não tem problema nenhum para Luiz Dantas, ponto… aí encerra o problema.”