O vice-governador do Rio Grande do Norte, Antenor Roberto (PCdoB), voltou a criticar, nesta quinta-feira 9, o tratamento dado pelo PT ao PCdoB no Rio Grande do Norte.
Antenor lamentou que seu partido tenha ficado de fora dos principais postos da chapa majoritária governista nas eleições de outubro. Disse ainda que o Partido dos Trabalhadores deveria ter tido mais “reciprocidade” com o aliado.
O vice-governador explicou que o PCdoB não gostou de ter sido preterido na escolha do 1º suplente do pré-candidato ao Senado Federal Carlos Eduardo Alves (PDT). O PT designou o atual senador Jean Paul Prates (PT) para ocupar o cargo, mesmo já estando na cabeça da chapa, com a pré-candidatura à reeleição da governadora Fátima Bezerra (PT).
“Faltou reciprocidade do PT, porque ficou sinalizado e pré-acordado no plano local que a primeira suplência para o Senado seria uma indicação do PCdoB. Então, a mudança veio depois de uma orientação da direção nacional do PT. Nós temos uma relação com o PT que a gente chama de unidade. Temos uma relação histórica e sempre nos pautado para ajudar a gestão Fátima Bezerra, inclusive a própria governadora, no encontro de tática do PT, de forma muito honesta, fez esse reconhecimento de que eu continuasse sendo o seu vice”, desabafou Antenor.
Para ele, as circunstâncias de uma política nacionalizada e polarizada fez com que ela tivesse que dividir a construção da chapa. “E mais do que dividir, predominou o que foi determinado pela direção nacional do PT, até aí é muito bem explicável a questão do vice, que essas articulações que Lula fez com parte do MDB e que ele tenha feito acordos e imposto isso aqui no plano estadual” afirma.
“O que nós dissemos é que na questão do Senado, porque a vaga de senador da República era do PT, então o PT não teve esse gesto com o PCdoB e isso criou uma insurgência no (próprio) partido e, evidentemente, que a gente faz esse debate dentro da política”, disse.
O vice-governador criticou, ainda, a política de alianças do PT que resultou em uma chapa na qual Fátima está cercada de ex-adversários ou partidos com os quais não há afinidade programática. Além do PDT de Carlos Eduardo, a chapa terá Walter Alves (MDB) como candidato a vice.
“O que nós (PCdoB) temos que eles não têm é validade política, fidelização ao projeto, militância política. A militância, não só nossa, mas também do PT, sentiu essa mudança. Até entendem, tem explicação política, mas não tem empolgação”, enfatizou em entrevista à Rádio 98 FM Natal.
Antenor Roberto destacou, ainda, os perigos, segundo ele, de colocar o MDB na condição de vice. “Quando traz o MDB para ser o vice, traz o MDB para a sucessão da governadora. Entra para disputar o espaço de governo. O governo vai ser ocupado e disputado por múltiplas forças. Não é só aquele núcleo que chegou”, pontuou.
Ele concluiu dizendo que, apesar da insatisfação com a condução do processo de construção da chapa, o PCdoB não cogita substituir o apoio na pré-candidatura ao Senado, de Carlos Eduardo para Rafael Motta (PSB). “O projeto nosso é com Carlos Eduardo para o Senado”, encerrou.