“ELEIÇÕES NO RN: Previsão só após a apuração”

Por Ney Lopes de Souza

Não existe favoritismo em jogo de futebol, nem eleição. A classe política teima em não enxergar essa realidade, já tantas vezes confirmada nas urnas do RN.

Quem diria que Aluízio Alves, em 1960, fosse eleito governador, quando estava isolado na UDN, o seu partido, obrigado a aliar-se  a adversários ferrenhos do PSD, contra um sistema político no poder, que aglutinava quase a totalidade de prefeitos e vereadores.

Vitória – Em 1984, Geraldo Melo venceu a eleição para governador, com João Faustino ganhando em todas as pesquisas, até vésperas da eleição.

Vilma I – Em 1988, Vilma disputou a prefeitura de Natal contra Henrique Alves, amigo pessoal do então presidente José Sarney, a exemplo do atual candidato Rogério Marinho ao senado, que é amigo de Bolsonaro.

Foi montada superestrutura de apoio à Henrique e Vilma ganhou.

Vilma II –. Em 2002, com pesquisas iniciais altamente desfavoráveis, Vilma foi candidata a governadora, numa chapa formada por seu PSB e 2 outros partidos de baixa expressão eleitoral.

Fez uma campanha meteórica e ganhou dos favoritos na disputa, Fernando Freire e Fernando Bezerra.

Henrique- Em 2014, o deputado Henrique Alves montou a maior estrutura de campanha política já vista no estado. Aliou-se a sua adversária Vilma de Faria, que disputou ao seu lado o senado.

Aglutinou todas as forças econômicas do estado, em pról de sua campanha.

Abertas as urnas, todos perderam a eleição.

Agenor e Stevenson Agenor Maria e Styvenson Valentim elegeram-se Senador, sem nenhum apoio de lideranças tradicionais. Os governadores eleitos à época foram adversários.

2022  I –  Serão diferentes os resultados da eleição de outubro próximo, com a influência das redes sociais e maior conscientização do eleitorado, em face da crise causada pela pandemia?

O voto será livre, ou predominará o “cabresto” das estruturas milionárias, aliadas ao poder econômico e aos governos?

2002 II – A pergunta é se o favoritismo mostrado nas pesquisas poderá ser, ou não, alterado pelo voto dos “independentes” e “indecisos”, que no caso do Senado somam mais de 60%.

Previsão – Tudo indica, que continua atualíssima a frase de Ananias, zagueiro do Santa Cruz de Recife, quando dizia: “previsão ou prognóstico, eu só dou depois do jogo”.

A cautela recomenda, que Ananias tem razão.

É bom aguardar a apuração dos votos!

 

Dr Ney Lopes de Souza é advogado, professor titular da UFRN e ex-deputado federal

Deixe um comentário