Freiras do Convento das Irmãs Sacramentinas, em Ituiutaba, no interior de Minas Gerais, simplesmente se recusam a tomar a terceira dose da vacina contra a Covid.
A decisão das religiosas se espalhou pela cidade de pouco mais de 100 mil habitantes e logo começou um burburinho de que o convento poderia ser fechado.
Na última quarta-feira (20), o bispo da região, dom Frei Irineu Andreassa, precisou divulgar um comunicado oficial sobre o assunto.
O bispo escreveu um longo texto para, depois de muitos rodeios, liberar as freiras a fazerem o que elas bem entenderem.
“Deixo nas mãos das Irmãs Sacramentinas a decisão do caminho a ser seguido, em vista do cuidado com a saúde delas mesmas e o zelo pela vida dos fiéis que lá acorrem.”
O chefe da Igreja local descarta qualquer possibilidade de fechamento do convento.
“Estão ressoando muitas conversas a respeito do fechamento do convento. E, de fato, a maneira como estão sendo divulgadas estas informações causam medo e pavor, senão horror. (…) O convento seguirá normalmente suas atividades e desejo que a paz do Ressuscitado alcance os nossos corações.”
Antes de anunciar essas decisões, dom Andreassa cita o papa Francisco, que chegou a dizer, em meio à pandemia, que se vacinar é “um ato de amor”. O bispo conta que exortou as freiras a se imunizarem contra a Covid e admite que, diante da negativa delas, sugeriu que a visitação ao convento fosse suspensa.
“Fechar o convento à participação dos fiéis seria a medida mais lógica para proteger as Irmãs Sacramentinas, visto que elas fizeram a opção de não tomarem a terceira dose da vacina.”
O bispo ainda fala em “diálogos desgastantes e dolorosos” nos últimos dias. Ele diz que as sugestões para que as freiras completassem o ciclo vacinal ou aceitassem o “distanciamento social” — por meio de restrições de acesso do público externo — “geraram uma insatisfação” por parte delas.
Na carta em que, na prática, cede à decisão das freiras, dom Andreassa afirma que o convento “é uma das riquezas de nossa sede episcopal”.
Fonte: O Antagonista