
A semana começa com definições na política do RN.
Cumpre-se o prognóstico de Marco Maciel, “havendo prazo, sempre há tempo”.
O bloco oposicionista, liderado pelo ex-ministro Rogério Marinho, resolveu não esperar definições e “coloca o bloco na rua”.
O candidato a governador é o ex-vice-governador Fábio Dantas, do Solidariedade.
O ministro Fábio Faria, que se auto proclama líder político de grande potencial de votos (pensou até em ser vice-presidente da República), declarou apoio à Fábio Dantas e a Rogério Marinho.
Já o prefeito de Natal, Álvaro Dias, se manterá neutro na disputa governamental e manterá o seu apoio a Rogério Marinho para o senado.
Existirão contradições, tanto nos palanques do governo, quanto da oposição.
A governadora Fátima Bezerra, apoiadora de Lula, terá ao lado o seu candidato ao Senado, ex-prefeito Carlos Eduardo, que preside o PDT e votará em Ciro Gomes, o candidato oficial do partido à presidência.
Caso haja rebeldia de Carlos Eduardo em não apoiar Ciro Gomes, poderá ser destituído da presidência do Diretório local do PDT e disputar na convenção do partido, com risco de perder, a sua indicação ao Senado.
Em tal hipótese, certamente o senador Jean Paul Prates seria o nome indicado para substituí-lo.
O candidato Fábio Dantas terá como candidato ao Senado, Rogério Marinho, fiel escudeiro de Jair Bolsonaro.
Entretanto, Fábio seguirá a orientação do seu partido “Solidariedade”, cujo presidente Paulinho da Força declarou enfaticamente, que não tem nenhuma possibilidade de apoio à Bolsonaro.
Quem sairá ganhando, ou perdendo nesse jogo de xadrez?
O PDT “cruzará os braços” e pacificamente consentirá em ter perdas de votos para Ciro, liberando Carlos Eduardo para apoiar Lula?
O Solidariedade-RN, somará votos para Bolsonaro, com a cúpula partidária nacional rejeitando?
No mínimo, incongruências difíceis de serem explicadas aos eleitores.
Partidos menores entram na disputa do Executivo e do Senado, mas são subestimados por aqueles que se consideram “proprietários” dos votos no estado, por disporem de “caixas milionários”, influencias do poder, apoios de lideranças municipais etc.
Enquanto isso, as pesquisas honestas mostram cifras altíssimas de indecisos nas eleições majoritárias.
Há, portanto, uma “maioria silenciosa”, que observa o “andar da carruagem” e decidirá livremente na reta final.
Tais circunstancias levam ao raciocínio que a “zebra está solta” na política do RN.
Ou seja, existe a possibilidade do resultado final não ser o que está previsto pelos “donos” de partidos, verdadeiros “líderes de cera”, que se “derretem” e “dissolvem-se”, durante o calor do processo eleitoral.
Esperar para ver.
Dr Ney Lopes de Souza é advogado, professor titular da UFRN e ex-deputado federal