Foto: Lula Marques/ Agência Brasil – Wilton Junior/Estadão
O ministro do STF Alexandre de Moraes teria ligado até seis vezes no mesmo dia para o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, para tratar do andamento da venda do Banco Master ao Banco de Brasília (BRB). Os contatos fariam parte de, ao menos, cinco conversas sobre o tema, incluindo uma reunião presencial, em meio à análise de uma operação que buscava evitar a liquidação da instituição controlada por Daniel Vorcaro.
Os relatos apontam que a intensidade dos contatos ocorreu justamente quando o Banco Central estava dividido sobre aprovar ou barrar o negócio. A atuação de Moraes teria reforçado argumentos usados por Vorcaro, como a tese de que grandes bancos resistiam à operação por temer concorrência. O BC acabou rejeitando a compra em setembro, citando falta de comprovação de viabilidade econômico-financeira.
As ligações contradizem a versão oficial apresentada por Moraes e pelo Banco Central, que afirmaram que os contatos tiveram como foco os efeitos da Lei Magnitsky, aplicada ao ministro pelos Estados Unidos em julho. Nenhuma das notas divulgadas citou o Banco Master ou a operação com o BRB.
O caso ganhou maior repercussão após vir à tona que o escritório de advocacia de Viviane Barci, esposa de Moraes, mantinha contrato com o Banco Master que previa pagamentos mensais de R$ 3,6 milhões, podendo chegar a R$ 129 milhões. O acordo foi encerrado após a liquidação do banco, em novembro.
Diante das revelações, o episódio já provocou reação no Congresso, com parlamentares defendendo a abertura de CPI para investigar possível conflito de interesses e eventual advocacia administrativa junto ao Banco Central, ampliando a pressão política sobre o ministro do STF.
Com informações do Estadão




