O presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto, deve se reunir nesta segunda-feira (24) com representantes da bancada do partido no Congresso para debater a estratégia política da legenda após a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), determinada no sábado (22).
Entre os principais assuntos a serem discutidos está o projeto de lei que anistia os envolvidos nos atos do dia 8 de janeiro de 2023.
A informação foi confirmada pelo líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), após um almoço neste domingo (23) no apartamento do líder da oposição, deputado Luciano Zucco (RS). Também estiveram presentes o senador Flávio Bolsonaro (RJ) e o deputado federal Hélio Lopes (RJ).
“Estamos aqui solidários e traçando estratégias para que nós possamos enfrentar de uma vez por todas o projeto da anistia na Câmara para fazer justiça ao presidente Bolsonaro e a todos do 8 de janeiro”, disse Sóstenes.
O encontro da bancada será realizado a partir das 14h na sede do partido, no Setor Hoteleiro Sul, região central de Brasília.
O relator da proposta da anistia, que prefere chamá-lo de projeto da “dosimetria”, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) conversou rapidamente com o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). Ele defende uma versão do projeto que trata apenas do cálculo das penas, sem anistia ampla, como querem os bolsonaristas.
Conforme pessoas próximas ao relator, durante a conversa, Hugo concordou apenas em voltar a debater o assunto. Não houve avanços, porém, sobre o mérito do projeto e nem matéria concordância sobre data de votação do texto. A decisão de pautar a proposta, no entanto, cabe ao presidente Hugo.
O argumento da oposição é que a prisão cria um “fato novo” e torna “urgente” a votação do PL da Anistia. O projeto já teve o regime de urgência aprovado, o que permite ser pautado diretamente no plenário.
O senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, foi categórico em dizer que essa é uma das principais alternativas no momento.
“A gente vai fazer nossa a parte para buscar essa anistia no Congresso Nacional, para unir ainda mais a direita. Porque todos têm cada vez mais a clareza que isso não vai parar com Bolsonaro”, disse o filho 01 de Bolsonaro sábado à noite, durante uma vigília de oração feita em prol do ex-presidente.
Além da reação no Congresso, o PL tem ainda o desafio de ajustar a rota para as discussões sobre as próximas eleições. Como a CNN mostrou, a prisão preventiva de Bolsonaro deve impactar as articulações do partido para a formação de palanques regionais nas eleições de 2026.
As intenções do partido para o pleito eleitoral seriam um dos temas debatidos por Bolsonaro com aliados. Na quinta-feira (21), o ex-presidente havia solicitado autorização para receber 16 visitas nos próximos dias.
A lista incluía, por exemplo, o líder da sigla no Senado, senador Carlos Portinho (RJ) e o ex-candidato à presidência da República Padre Kelmon, além de outros parlamentares aliados.
Fonte: CNN Brasil




