Universitário pagava R$ 10 por questão para montar “prévia” do Enem e vender cursos de mais de R$ 1 mil

Foto: Instagram/Reprodução

O universitário Edcley Teixeira, estudante de medicina, criou um esquema próprio para obter questões usadas como pré-teste do Enem 2025. Mensagens, áudios e comprovantes mostram que ele oferecia R$ 10 a participantes do Prêmio Capes de Talento Universitário — prova aplicada em dezembro de 2024 — para que memorizassem e repassassem as perguntas apresentadas no concurso. O que os alunos não sabiam era que esse exame da Capes servia como etapa de pré-teste do Enem e poderia alimentar futuras edições da prova.

Com o material obtido, Edcley montou uma live transmitida em 11 de novembro — cinco dias antes do Enem — exibindo questões de matemática e ciências da natureza extremamente semelhantes às que, de fato, caíram no exame. Em grupos de WhatsApp, ele comemorou o acerto das “previsões”, comparando o acesso às perguntas do Prêmio Capes a “encontrar a prova do Enem jogada no chão na véspera”.

Depoimentos de alunos indicam que Edcley se oferecia até para custear deslocamento de participantes de Sobral a Fortaleza para fazer a prova, desde que retornassem com o máximo de questões memorizadas, incluindo imagens, enunciados e temas cobrados. Além de lives, ele usou o conteúdo para produzir apostilas e cursos comercializados por valores que passavam de R$ 1.300, anunciados como contendo “questões pré-testadas que podem cair no Enem”.

Após a revelação do caso, o Inep anulou três das questões consideradas “antecipadas” e enviou o episódio à Polícia Federal para investigação. Mesmo diante das denúncias, Edcley justificava em mensagens que apenas estava usando “a memória” e que sua estratégia “não era crime”.

Com informações do G1

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