O ex-técnico do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) Severino Gomes Marinho foi preso após o trânsito em julgado da sentença que o condenou pela morte do agricultor Emanoel Gesian Barbosa, conhecido como “Neguinho”. O crime ocorreu em maio de 2009, durante uma operação de combate à caça ilegal de arribaçãs na zona rural de Jandaíra, no Agreste potiguar, a cerca de 120 quilômetros de Natal.
Segundo o processo, durante a ação de fiscalização, Severino Gomes portava uma arma calibre 38 sem autorização e sem capacitação. Ele efetuou o disparo que atingiu a vítima enquanto o agricultor e outros integrantes do grupo fugiam ao perceber a presença dos fiscais. O Tribunal do Júri, realizado em março de 2022, concluiu que o grupo de caçadores, que utilizava lanternas e porretes para abater aves, não representava ameaça à equipe.
O ex-servidor foi condenado por homicídio simples a nove anos e quinze dias de reclusão, em regime inicialmente fechado. A defesa recorreu ao Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), que manteve integralmente a sentença. Com o trânsito em julgado, a Justiça determinou o início do cumprimento da pena, e a prisão foi efetuada no último dia 11.
Durante o júri, o Ministério Público Federal (MPF), representado pelo procurador da República Fernando Rocha, sustentou a acusação. A defesa alegou legítima defesa e afirmou que o réu teria disparado apenas um tiro de advertência, mas os jurados concluíram que não houve resistência por parte dos caçadores, que tentavam fugir no momento do disparo. O MPF ressaltou ainda que a equipe do Ibama havia sido orientada a evitar tiros e a não perseguir os suspeitos.
De acordo com os autos, a equipe de fiscalização se posicionou, no dia do crime, em meio à vegetação próxima ao assentamento Boa Vista, aguardando a chegada dos caçadores na área de reprodução das arribaçãs. Por volta das 21h, aproximadamente oito homens se aproximaram, e os fiscais anunciaram a operação. Logo depois, foi ouvido o disparo que atingiu a aorta de Emanoel Gesian Barbosa, que morreu antes de receber socorro.
Deu na Tribuna do Norte




