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A inflação acumulada de 5,17% nos últimos 12 meses impactou fortemente o bolso do consumidor brasileiro: 95% afirmam ter sentido alta nos preços, segundo pesquisa da Neogrid. Mesmo assim, três em cada quatro brasileiros (75%) continuam comprando mais em datas comemorativas — embora de forma mais controlada.
O levantamento mostra que 51% dos consumidores ainda gastam mais nessas ocasiões, mas reduziram o valor desembolsado em comparação a anos anteriores. Outros 24% mantêm o mesmo padrão de gasto.
O comportamento foi confirmado em um estudo da FIA Business School, que registrou um salto de 107% no interesse por brinquedos neste Dia das Crianças, frente a 2024. Apesar disso, o ticket médio é baixo — até R$ 145, indicando um consumo mais racional.
“O brasileiro está equilibrando economia e indulgência. O consumo hoje é mais estratégico diante da inflação persistente, do crédito caro e da perda de poder de compra”, afirma Christiane Cruz Citrângulo, diretora da Neogrid.
Como o brasileiro dribla a alta dos preços
O estudo mostra que 82% dos consumidores trocaram produtos por versões mais baratas. A substituição é maior entre itens essenciais:
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Produtos de limpeza: 69%
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Higiene pessoal: 57%
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Alimentos e bebidas: 54%
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Carnes e derivados: 53%
Outras estratégias adotadas:
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Trocar marcas conhecidas por alternativas mais baratas (62%)
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Comprar apenas itens em promoção (52%)
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Reduzir a quantidade comprada (39%)
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Comprar em atacado ou embalagens maiores (35%)
“Planejamento, comparação de preços e consumo racional deixaram de ser medidas emergenciais. Hoje fazem parte do dia a dia do brasileiro”, explica Citrângulo.
Expectativa de retomada
Mesmo com o cenário difícil, 63% dos consumidores afirmam que pretendem retomar suas marcas e produtos preferidos quando os preços voltarem a cair.
“Assim que o orçamento permitir, o brasileiro tende a resgatar escolhas ligadas à identidade e recompensa pessoal — mas com mais atenção ao custo-benefício”, conclui Citrângulo.
Deu na Folha de SP