O brasileiro Carlos Portugal Gouvêa foi afastado do cargo de professor visitante da Faculdade de Direito de Harvard, após ser preso, neste sábado (4), acusado de dar dois tiros com um rifle de munição de chumbinho, na quarta-feira (1º), perto de uma sinagoga Beth Zion, em Brookline, onde vive em Massachuetts. A medida administrativa foi noticiada pelo jornal da universidade dos Estados Unidos, The Harvard Crimson, neste domingo (5).
Formalmente, Gouvêa foi acusado no Tribunal Distrital de Brookline por “disparo ilegal de arma de chumbinho, conduta desordeira, perturbação da paz e vandalismo”, de acordo com processo divulgado pelo veículo de imprensa americano. Mas o caso remete a suspeita de antissemitismo, envolvendo o acadêmico brasileiro de destaque no meio jurídico, que também ensina na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP).
O professor justificou à polícia que caçava ratos que infestavam sua casa, vizinha ao templo judaico. Gouvêa declarou ser inocente de todas as acusações, na quinta-feira, como informou o jornal Brookline.News. E foi libertado após pagar fiança, com o compromisso de participar de audiência no início de novembro.
Harvard pondera
A conduta do acadêmico que atua em duas das universidades de maior destaque no mundo foi flagrada rapidamente por policiais, por ter ocorrido início do dia mais sagrado do calendário judaico, o do Yom Kippur.
O professor ainda não foi alvo de ação disciplinar formal, conforme o The Harvard Crimson. E o porta-voz da Faculdade de Direito de Harvard, Jeff Neal, informou que o professor brasileiro foi colocado em licença administrativa enquanto a escola busca mais informações sobre a ocorrência.
Carlos Portugal Gouvêa lidera um think tank brasileiro IDGlobal, para pesquisar justiça social e ambiental, com fins de fomentar políticas públicas. O brasileiro conquistou doutorado em Direito de Harvard, em 2008, é referência no Direito Empresarial, Contratos e Governança Corporativa, e é membro do Fórum Nacional das Ações Coletivas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O Diário do Poder enviou pedido de posicionamento para o contato do site do professor, e publicará eventuais esclarecimentos sobre a prisão e seu afastamento de Harvard.