Em seu depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga o roubo aos aposentados, o depoente Antônio Carlos Camilo Antunes, o “Careca do INSS”, negou que suas empresas tenham ligação com as fraudes e descontos indevidos do instituto.
“Minha empresa sempre prestou serviço a associações, tendo como destinatário final o aposentado associado, mas sem ter qualquer ingerência ou responsabilidade sobre descontos incidentes em seus benefícios previdenciários”, disse.
Antes de finalizar, ele afirmou que não irá responder nenhum questionamento do relator da CPMI, deputado Alfredo Gaspar (União-AL).
“Não responderei às perguntas que foram elaboradas pelo ilustre relator [Alfredo Gaspar], porque, segundo meus advogados, sua vossa excelência disse mais de uma vez que sou ladrão do dinheiro de aposentados sem me dar a chance de defesa, ou seja, o relator já me julgou e me condenou sem sequer me ouvir”, declarou Antônio Carlos.
O lobista foi preso no dia 12 de setembro em operação da Polícia Federal (PF). Ele é investigado por operar o esquema de desvio de recursos de aposentados e pensionistas.
O “Careca do INSS” seria um intermediário dos sindicatos e associações responsáveis pelos descontos não autorizados. Ele é investigado por receber os recursos que eram debitados indevidamente e repassar parte deles a servidores do INSS ou familiares e empresas ligadas a eles.
A PF afirma que, ao todo, pessoas físicas e jurídicas ligadas ao “careca do INSS” receberam R$ 53.586.689,10 diretamente das entidades associativas ou por intermédio de suas empresas.
Deu no Diário do Poder