No desembarque do Centrão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, apesar da resistência do ministro do Turismo, Celso Sabino (União-PA), a saída do ministro dos Esportes, André Fufuca (PP-MA), já é dada como certa. Com essa perspectiva, o presidente já tem consultado nomes para ocupar as vagas abertas na Esplanada.
Na última quarta-feira, Lula recebeu para o almoço no Alvorada, a bancada do PDT no Congresso, o presidente nacional da legenda, o ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, e o seu correligionário e sucessor na pasta, o ministro Wolney Queiroz.
Lula teria sinalizado durante a conversa que estuda alternativas de nomes para as pastas, e teria sinalizado ao PDT com o Esporte, pasta ocupada hoje por Fufuca. Na conversa, Lula teria indicado a preferência do nome de uma mulher para voltar ao comando do Ministério, que, no início do governo, foi ocupado pela desportista Ana Moser.
A sinalização de Lula indica uma preferência pela senadora Leila Barros (PDT-DF), mas que só poderá permanecer até abril, quando precisará sair se quiser tentar a reeleição ao Senado.
A senadora tem intimidade com o tema, eleita com o nome de “Leila do Vôlei” na urna, foi também desportista profissional, integrando a Seleção Brasileira de Vôlei, que conquistou as medalhas de bronze dos Jogos Olímpicos de 1996 e de 2000.
Mas a indicação de Lula pode não agradar à direção pedetista, que já se encaminhava para apresentar o nome do vice-presidente nacional da legenda, o deputado André Figueiredo (PDT-CE). O parlamentar, que é oriundo do estado do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), um desafeto declarado de Lula, estaria rompido com o ex-ministro, maior liderança da legenda no estado.
Desembarque próximo
O presidente do União Brasil, Antônio de Rueda, desembarcou na tarde desta sexta-feira (19) em Brasília para conversar com o ministro do Turismo, Celso Sabino, e sacramentar a saída do Centrão do governo.
A Executiva Nacional da legenda, nesta quinta-feira (18), estabeleceu um prazo de 24 horas para todos os filiados que são detentores de mandatos de cargos eletivos, abandonarem o governo. Desde então, Sabino e suas assessorias não responderam mais aos contatos de jornalistas.
Lula e Celso Sabino
As apostas em Brasília são que a reação de Rueda, um crítico feroz do governo Lula, que descartou qualquer possibilidade de estender o prazo, ou mesmo licenciar Sabino do partido.
A decisão seria uma resposta do presidente da legenda ao que consideraria uma perseguição do Planalto contra ele em meio às investigações da Polícia Federal e reportagens da imprensa que vinculariam o dirigente partidário a uma facção criminosa.
Saída para Sabino
Sabino, que teve manifestações públicas de apoio do presidente Lula para uma possível disputa ao Senado pelo Pará, vinha buscando negociar com a legenda a possibilidade de se manter no ministério até a realização da COP30 em Belém.
Sabino ganhou a confiança de Lula e, como deputado licenciado, conseguiu realizar uma interlocução como poucos dentro do governo com o Congresso. Em um esforço para manter o ministro na Esplanada o Palácio do Planalto fez um movimento para aproximar Sabino do MDB, que, por enquanto, segue firme no governo.
O problema na legenda é que no estado ela é controlada pela família Barbalho, que exerce uma hegemonia na política local de quase 40 anos. Fazem parte do clã o ministro das Cidades de Lula, Jader Barbalho Filho, seu irmão, o governador Helder Barbalho, que, na próxima eleição, deve disputar a cadeira do pai, o senador Jader Barbalho (MDB-PA), hoje com quase 80 anos.
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