Foto: Reprodução/redes sociais
O lançamento dos novos óculos inteligentes da Meta, em 17 de setembro, ficou marcado por falhas ao vivo que roubaram a cena.
Durante o Meta Connect 2025, recursos de inteligência artificial não responderam a comandos e uma videochamada não funcionou, deixando o CEO Mark Zuckerberg em situação constrangedora diante da plateia e da transmissão mundial.
A empresa apresentou três modelos: Ray-Ban Meta 2, Ray-Ban Display e Oakley Meta Vanguard. Os dispositivos foram anunciados com preços entre US$ 379 e US$ 799, o equivalente a cerca de R$ 2 mil a R$ 4,2 mil.
Segundo a Meta, eles permitem interação por voz, integração com aplicativos como WhatsApp e controle por gestos por meio da pulseira Neural Band.
Essa pulseira é um acessório que capta impulsos elétricos nos músculos do braço para transformar em comandos digitais.
Na primeira demonstração, o chef Jack Mancuso tentou usar a função de assistência culinária do Ray-Ban Meta 2.
A inteligência artificial não identificou os ingredientes na mesa e passou a dar respostas desconexas. Perguntado “o que faço primeiro?”, o sistema reagia como se passos já tivessem sido concluídos, quando nada havia sido feito.
Na sequência, Zuckerberg tentou atender uma chamada de vídeo do WhatsApp pelo Ray-Ban Display.
O aparelho tocou repetidamente, mas não respondeu nem aos comandos de voz nem aos sinais da Neural Band. Por fim, uma corrida encenada pelo DJ Diplo com o Oakley Meta Vanguard não demonstrou claramente nenhuma função.
Visivelmente incomodado, Zuckerberg atribuiu as falhas à conexão do evento. “A ironia é que você passa anos desenvolvendo tecnologia e, no dia da verdade, é o Wi-Fi que te derruba”, disse. Em outro momento, admitiu: “Isso é tão ruim. Eu não sei o que aconteceu.”
Ao anunciar a última tentativa, ironizou: “Agora, uma última demonstração ao vivo. Eu não aprendo, eu não aprendo.”
Apesar dos erros, as ações da Meta subiram após a apresentação.
Analistas avaliaram que o mercado focou mais no potencial das funções anunciadas do que nos problemas técnicos.
Especialistas em inovação, como Eduardo Freire, da FWK Innovation Design, destacaram que a confiança nesse tipo de hardware depende de três pontos: “o básico precisa ser infalível, deve haver uma queda elegante para o celular quando algo falhar, e a empresa precisa corrigir rápido.”
As falhas ocorreram em um mercado em expansão. O setor global de óculos inteligentes é avaliado em US$ 0,72 bilhão e pode chegar a US$ 2,25 bilhões até 2033, segundo consultorias internacionais.
Concorrentes como Google e Apple também enfrentam desafios semelhantes de adoção e confiabilidade.
O episódio expôs dúvidas sobre a maturidade da tecnologia da Meta.
Deu no O Antagonista