No RN, vendas do varejo tem pior janeiro desde 2016; Estado perdeu quase 2,5 mil empregos no mês

 

O IBGE divulgou, nesta quinta-feira (10), os dados das vendas do Comércio Varejista Ampliado no mês de janeiro. O Rio Grande do Norte registrou uma retração de 5,9%, sobre janeiro de 2021, fazendo este mês o pior janeiro para a vendas do comércio potiguar desde 2016 (-12,4%).​

O desempenho do RN foi o segundo pior do Nordeste e ficou abaixo também da média nacional (-1,5%). Com este resultado, as vendas do comércio no estado seguem em queda há sete meses. No acumulado dos últimos 12 meses, há um crescimento de 2,3%.​

De acordo com análise do Instituto Fecomércio RN, uma combinação de indicadores refletiu negativamente no potencial de consumo dos potiguares. Entre os destaques, o diretor de Inovação e Competitividade da Federação, Luciano Kleiber, apontou o elevado percentual de desempregados (12,7% ou 194 mil pessoas); os altos índices de endividamento (90,7%) e inadimplência (40,8%) das famílias; redução da renda (-7,5% em um ano); e inflação em alta (10,06% no ano passado com algumas inflações específicas, como a da cesta básica, por exemplo, chegado a 20% no período).​

Nem mesmo a clara recuperação do setor de turismo e eventos (aumento de quase 50% na taxa de ocupação dos hotéis e pousadas na última alta estação e a realização de grandes eventos no estado) foi suficiente para, com o movimento turístico aquecido, compensar a redução no consumo dos norte-rio-grandenses.​

Além desses dados, o IBGE também revisou o crescimento de vendas acumulado em 2021 no Varejo Ampliado potiguar, de 2,3% (divulgado em janeiro) para +2,5%.​

EMPREGO​
O Rio Grande do Norte encerrou o mês de janeiro com um saldo negativo de -2.430 vagas de emprego formal. O número representa 1.412 vagas perdidas a mais do que em dezembro (-1.018). Os números do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) foram divulgados pelo Ministério da Economia nesta quinta-feira, 10.​

Quando comparado a janeiro de 2021, o estado registrou saldo positivo de 1.815 vagas, sendo este o pior desempenho para o mês desde 2017, quando janeiro teve 2.955 vagas perdidas.​ ​

O setor de Comércio (-1.039 vagas) teve um desempenho pior tanto em relação a dezembro (+380), quanto em relação a janeiro de 2021 (+527). Já o setor de Serviços, gerou este ano +1.184 vagas com carteira assinada, um incremento de 867 empregos em relação ao número de dezembro (+317). Mas, na comparação com janeiro do ano passado, o saldo representou uma redução de 191 postos. Setores como Indústria e Agropecuária também registraram queda, -1.528 vagas e -1.323, respectivamente.​

O salário médio de admissão em janeiro ficou em R$ 1.920,59, o que trouxe um incremento de 6,38% sobre o número de dezembro (R$ 1.805,35). Este valor do salário do mercado formal ficou cerca de R$ 20 abaixo do salário médio do mercado como um todo (que engloba também os informais e é medido pelo IBGE): R$ 1.940.​ O salário médio de admissão em janeiro de 2022 ficou R$ 160,45 mais alto do que em janeiro de 2021 (R$ 1.760,14). A diferença representa um incremento de 9,11%.​

Segundo o Instituto Fecomércio RN, o fechamento de vagas em janeiro não era esperado e foi claramente puxado pelo baixo desempenho dos setores de Comércio e Indústria, uma vez que o saldo negativo no setor Agropecuário já era esperado e ficou muito próximo do que foi registrado em janeiro de 2021 (estas demissões se devem ao início do período de entressafra, sobretudo de frutas). A entidade aponta que as vagas perdidas no comércio estão em sintonia com o movimento de queda nas vendas identificado pela Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE (-5,9%).

 

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