Bebê de dois meses é salvo em Natal após procedimento raro no coração

Foto: Reprodução

Um procedimento raro e delicado salvou a vida do pequeno João Miguel, de apenas dois meses, após uma verdadeira corrida contra o tempo. O bebê, natural de Caraúbas, no Oeste Potiguar, foi diagnosticado com uma arritmia cardíaca grave ainda nos primeiros dias de vida. A condição, segundo os médicos, poderia ter levado à morte súbita.

Após mais de um mês internado em UTIs de Mossoró e Natal, e até sofrer uma parada cardíaca, João Miguel foi encaminhado ao Hospital Universitário Onofre Lopes (HUOL). Lá, mesmo com o uso de medicamentos, continuava apresentando episódios frequentes de arritmia. “Os remédios já não estavam fazendo efeito”, explicou o cardiologista Júlio Sousa, que acompanhou o bebê na UTI.

Diante da gravidade do quadro, a equipe médica decidiu por uma intervenção arriscada, porém necessária: a ablação por cateter, um procedimento pouco comum em crianças e considerado inédito em um paciente tão jovem. O método, normalmente indicado apenas a partir dos cinco anos de idade, consiste em cauterizar, por meio de calor, a área do coração responsável pelas arritmias.

“Precisávamos entrar no coraçãozinho e liberar um calor específico no ponto certo para queimar essa arritmia. Depois de quase quatro horas de procedimento, conseguimos. Foi emocionante, todo mundo vibrou”, contou o anestesista Madson Vidal.

A operação foi realizada com equipamentos específicos para recém-nascidos e acompanhada por uma força-tarefa composta por quatro cardiologistas. O sucesso do procedimento trouxe alívio à família e à equipe médica. O coração de João Miguel voltou a bater normalmente, e ele agora segue em recuperação na UTI de um hospital privado conveniado ao SUS, já que o HUOL não realiza cirurgias cardíacas pediátricas.

Para Leaneide da Silva, mãe do bebê, o sentimento é de gratidão e esperança. “Muito feliz. A palavra certa é aliviada, porque estava apreensiva esses dias todos. Vida nova.”

O caso de João Miguel não só emocionou os profissionais envolvidos, como também chamou atenção pela complexidade e importância da ação conjunta entre os hospitais da capital. Um exemplo de como a união da ciência e da dedicação pode fazer a diferença entre a vida e a morte — mesmo nos corações mais pequeninos.

Com informação de g1 RN

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