O perfil do governo do RN postou vídeo em que a secretária Maryland Brito (Cultura) afirma: “Mas por que tombar e desapropriar o prédio? Porque esse cinema significa muito para a história da cultura do Rio Grande do Norte. Natal já teve 40 cinemas de rua. Esse é o último que está em pé inteiro. É o último que pode ser preservado e que as pessoas que passaram por aqui podem voltar e vir aqui”.
Que história da cultura potiguar a secretária refere-se? A história do Cine Panorama ficou marcada pela exibição de filmes de pornochanchada.
A secretária não levou em conta o Cine Rio Grande, na Cidade Alta, que está inteiro e tem arquitetura que é um legítimo exemplar da Art Déco na capital dos magos-assustados, com “janelas em estilo escotilha e o frontal que lembra a proa de um navio”, como bem descreveu a matéria do jornalista Yuno Silva, com colaboração de Cinthia Lopes, em novembro de 2013 na Tribuna do Norte.
Também não leva em contra a luta do cineasta Buca Dantas, militante da esquerda, para o tombamento do histórico imóvel, sem sucesso.
Destaca a matéria: “Marco arquitetônico da Av. Deodoro e referência para a identidade cultural da Cidade Alta, o Cine foi inaugurado com pompas em fevereiro de 1949 e por décadas foi reduto dos cinéfilos da capital potiguar. Templo da sétima arte até o final dos anos 1990, desde 2009 se transformou em templo religioso sem perder seus traços originais. Para garantir a preservação do imóvel e sua integridade física, o cineasta Buca Dantas está propondo que o lugar seja tombado como patrimônio a partir de argumentos culturais, históricos, artísticos, afetivos e arquitetônicos”.
A matéria informa que, “de acordo com o setor técnico do Instituto Histórico e Artístico Nacional (Iphan-RN)”, qualquer pessoa pode dar entrada com pedido de tombamento.
O decreto de desapropriação e tombamento do Cine Panorama, assinado nesta segunda-feira (24) pela governadora Fátima (PT), custará R$ 935 mil, “viabilizado pela Política Nacional Aldir Blanc (PNAB) 2023”.
Deu na BZNoticias