Qualidade do banho em Ponta Negra deverá melhorar ao longo do tempo, diz secretário

Foto: José Aldenir

 

O secretário municipal de Meio Ambiente e Urbanismo, Thiago Mesquita, defendeu o projeto de engorda de Ponta Negra, em Natal, explicando que a inclinação do aterro hidráulico será ajustada naturalmente ao longo do tempo, o que deve melhorar a experiência de banho. Em entrevista ao AGORA RN nesta quarta-feira 15, ele afirmou que a dinâmica do mar, historicamente complexa, não foi alterada pela intervenção.

“Agora é claro, vamos lembrar o seguinte: Ponta Negra sempre foi uma praia que, na maré alta, tinha arrebentações de ondas muito próximas. Quanto mais você vai em direção à Via Costeira e menos ao Morro do Careca, ela se tornava cada vez mais agitada, com uma dinâmica costeira muito forte, com correntes. É tanto que tivemos que fazer a engorda, porque o processo erosivo estava muito alto”, explicou Thiago.

Ele reconheceu o impacto do talude criado pela engorda, mas disse que isso já estava previsto nos estudos ambientais. “Nós temos um talude de 3,05 metros de altura, que faz essa separação da parte da areia com a parte da água, e esse talude, ao longo do tempo, vai se suavizando, vai diminuindo, e você vai tendo uma rampinha. Isso foi apresentado nas simulações matemáticas e vai tornar mais agradável essa entrada na água”, afirmou.

Thiago destacou que as condições desafiadoras do mar em Ponta Negra não são novidade. “Discordo de dizer que houve uma alteração da dinâmica costeira, do regime de marés, de intensidade de maré por causa da engorda, isso é infundado. O que acontece hoje é essa discrepância do talude, que ao longo dos próximos meses será suavizado. A dinâmica costeira de Ponta Negra está cada vez mais intensa e assim continuará, por isso a necessidade que nós tivemos de fazer um aterro hidráulico”, pontuou.

Sistema de drenagem de 30 anos está sendo totalmente reformulado

O secretário detalhou o trabalho de reformular o sistema de drenagem de Ponta Negra, que segundo ele tem 30 anos de existência, e minimizou os problemas pontuais causados pelas chuvas na última segunda-feira 13. “Não teve a ver com a engorda, nem com as chuvas, teve a ver com o sistema de drenagem”.

“Estamos refazendo completamente o sistema de drenagem, é um investimento significativo. Estamos fazendo um sistema extremamente moderno, com dispersores de energia. A ideia é evitar que a drenagem do município arraste o aterro hidráulico que foi colocado lá”, explicou Thiago.

Ele afirmou que o sistema está praticamente concluído e deve ser finalizado até 31 de janeiro. “Houve um alagamento de quatro horas em um trecho de 100 metros, mas já foi resolvido. Esses problemas são normais em obras desse porte e não representam falhas do projeto”, completou.

UFRN faz monitoramento contínuo da engorda

Thiago Mesquita destacou a participação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) no monitoramento ambiental do projeto de engorda da praia de Ponta Negra. Ele enfatizou a seriedade dos estudos realizados e criticou as narrativas negativas em torno da obra.

“A empresa Caruso, uma das maiores do Brasil na área ambiental, está fazendo todos os programas de controle e monitoramento, e a UFRN continua acompanhando com a Funpec [Fundação Norte-Rio-Grandense de Pesquisa e Cultura]. Estamos respeitando todos os cuidados ambientais previstos na licença”, afirmou.

O secretário rechaçou críticas sobre possíveis problemas ambientais. “Quando surge um problema pequeno, como um lago que se formou, aparecem narrativas infundadas, dizendo que o projeto teve falhas. Isso é mentira, é falácia. Estamos muito seguros do projeto, e as intercorrências estão sendo resolvidas”, concluiu.

Deu no Agora RN

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