Fiocruz volta a alertar para altas taxas de ocupação de leitos de UTI para Covid-19

Das 27 unidades federativas do país, apenas sete estão fora da zona de alerta em relação às taxas de ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) para o tratamento da Covid-19, na rede do Sistema Único de Saúde (SUS). São nove estados em zona de alerta crítico, ou seja, com ocupação igual ou superior a 80%, e 11 na zona de alerta intermediário, cujas taxas variam entre 60% e 80%.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (10), na Nota Técnica do Observatório Covid-19 da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), e os números são relativos ao dia 7 deste mês. Na comparação com o boletim divulgado na semana passada, referente ao dia 31 de janeiro, o número de estados na zona crítica manteve-se o mesmo.

O levantamento mostrou, ainda, que 11 estados aumentaram a quantidade de leitos de UTI. Nos estados do Amazonas, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Goiás, esses acréscimos trouxeram alguma melhoria nos índices de ocupação. Já no Piauí, Pernambuco, Bahia, Espírito Santo e Paraná o aumento de leitos apenas proporcionou a manutenção em níveis relativamente estáveis. No Ceará, no entanto, mesmo com mais leitos disponíveis, houve piora na taxa de ocupação.

Segundo os pesquisadores, esse acréscimo de leitos poderia ser maior e mais eficiente.

“Conforme mencionado anteriormente, o padrão de reabertura de leitos vem sendo reativo e conservador, possivelmente com o gerenciamento deliberado das taxas em níveis elevados”, alertaram.

Capitais

A situação é ainda pior nas capitais. São 15 cidades em zona de alerta crítico, cinco na zona intermediária, cinco fora da zona de alerta e duas que não divulgaram suas taxas de ocupação de leitos. Em relação ao último boletim divulgado, na semana passada, são duas capitais a mais na zona crítica.

Enquanto duas capitais saíram da zona crítica (Manaus e Macapá), outras quatro entraram nesta zona de alerta máximo –Porto Velho, Rio Branco, Palmas e João Pessoa. As cidades de Belém e Aracaju não disponibilizaram seus dados e, por isso, não entraram no levantamento.

Os pesquisadores chamaram atenção para a persistência das taxas de ocupação de leitos de UTI em níveis críticos tanto nas capitais quanto nos estados. Entre estas, eles destacaram estados e capitais do Nordeste, Centro-Oeste e Espírito Santo, e especularam que esses altos índices podem estar associados “à movimentação induzida pelo turismo durante o verão”.

O boletim voltou a apontar a preocupação com o espalhamento e interiorização da variante Ômicron no país, especialmente nas regiões onde ainda há uma baixa cobertura vacinal e recursos precários. Esses fatores, dizem os pesquisadores, podem levar ao aumento do número de mortes e quadros graves de Covid-19.

“Como temos sublinhado, a elevadíssima transmissibilidade da variante Ômicron pode incorrer em demanda expressiva de internações em leitos de UTI, mesmo com uma probabilidade mais baixa de ocorrência de casos graves”.

Novamente, a Fiocruz reforçou a necessidade de seguir avançando com a vacinação da Covid-19 no país, especialmente entre as crianças de 5 a 11 anos, a importância da exigência do passaporte vacinal, a obrigatoriedade do uso de máscaras em locais públicos e o incremento de campanhas “para orientar à população e o auto isolamento ao apresentar sintomas, evitando a transmissão”.

Confira trecho da nota com as taxas de ocupação de leitos de UTI de estados e capitais:

“Os estados do Piauí (87%), Rio Grande do Norte (86%), Pernambuco (88%), Espírito Santo (83%), Mato Grosso do Sul (103%), Goiás (91%) e o Distrito Federal (97%) mantiveram-se na zona de alerta crítico, onde também entraram o Amazonas (80%) e Mato Grosso (86%). Na zona de alerta intermediário, permaneceram o Pará (74%), Amapá (69%), Tocantins (78%), Ceará (67%), Bahia (74%), Rio de Janeiro (62%), São Paulo (72%), Paraná (72%), e entraram o Alagoas (69%) e Santa Catarina (76%), que estavam fora na zona de alerta. Fora da zona de alerta mantiveram-se o Acre (57%), Maranhão (59%), Paraíba (41%), Sergipe (37%), Minas Gerais (37%) e Rio Grande do Sul (54%), somando-se Rondônia (58%) e Roraima (52%), que estavam na zona de alerta intermediário.

Entre as 25 capitais com taxas divulgadas, 13 estão na zona de alerta crítico: Manaus (80%), Macapá (82%), Teresina (83%), Fortaleza (80%), Natal (percentual estimado de 89%), Maceió (81%), Belo Horizonte (86%), Vitória (80%), Rio de Janeiro (95%), Campo Grande (109%), Cuiabá (92%), Goiânia (91%) e Brasília (97%). Nove estão na zona de alerta intermediário: Porto Velho (77%), Rio Branco (70%), Palmas (72%), São Luís (64%), Recife (77%, considerando somente leitos públicos municipais), Salvador (68%), São Paulo (75%), Curitiba (71%) e Florianópolis (68%). Boa Vista (52%), João Pessoa (58%) e Porto Alegre (55%) estão fora da zona de alerta”.

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