Número de mortes em acidentes aéreos aumenta 92% em 2024 e é o maior dos últimos 10 anos

O acidente aéreo que matou 10 pessoas neste domingo, em Gramado, foi o segundo maior do Brasil no ano, e o com mais vítimas entre os casos com aviões de pequeno porte. A única tragédia que teve mais mortes em 2024 foi a queda do avião da VoePass, em agosto, quando 62 pessoas morreram. Com isso, o número de mortos em 2024 subiu para 148, aumento de 92% em relação a 2023 e a maior quantidade desde 2014, quando começou a série histórica com os dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), da Aeronáutica.

De acordo com os números do Cenipa, o acidente deste domingo foi o 41º com vítimas fatais no ano. Na maioria dos casos, as quedas resultaram em uma morte, do piloto. A tragédia de Gramado foi a sétima queda de avião no ano com no mínimo cinco mortes e a segunda a completar uma dezena de vítimas.

Dois acidentes, um na cidade de Manoel Urbano (AC) e outro em Itapeva (MG), tiveram sete mortes. Em outubro, um acidente aéreo em Ouro Preto matou seis pessoas. Outros dois tiveram cinco mortes: um em Paraibuna (SP), em outubro, e antes em Apiacás (MT), em agosto.

As 148 mortes de 2024 são um recorde na série histórica do Cenipa, que começou em 2014. Naquele ano, houve 83 vítimas fatais em acidentes aéreos. O único ano que superou a marca das 100 mortes, antes de agora, foi 2016, com 104 vítimas. O resultado de 2024 já é 42% maior do que o segundo colocado do ranking.

O número está inflado pela tragédia da VoePass. Mas, mesmo se as 62 vítimas daquele caso fossem desconsideradas, o ano continuaria com um patamar muito alto de mortes. Seriam 86, o segundo maior da série histórica do Cenipa.

Apesar da alta fatalidade, o resultado de 2024 não foi o maior em quantidade de acidentes com mortes. Foram 41, um aumento de 36% em relação a 2023. Mas houve resultados piores em outros anos: 47 em 2015 e 45 em 2016.

Aviação privada lidera entre os acidentes fatais

Mais da metade dos acidentes neste ano aconteceu em voos de aviação privada. O caso deste domingo foi o 22º nessa categoria. Outros sete acidentes envolveram voos agrícolas, e algumas operações, em menor número, eram de instrução, policial ou experimental. Apenas a tragédia de Vinhedo (SP) foi com um voo regular.

São Paulo foi o estado com maior ocorrência dos acidentes fatais: 11 casos. Em seguida, estão Mato Grosso (6), Pará (5) e Minas (5). O tipo de ocorrência mais comum foi o “perda de controle em voo”, causa de 13 acidentes. A “falha ou mau funcionamento do motor” foi a razão de sete quedas e 10 casos ainda não foram esclarecidos.

Deu no O Globo

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