Erro no sistema de Justiça do Ceará leva à soltura de líder do PCC condenado a 123 anos

Foto: Reprodução

Uma falha de procedimento no sistema de Justiça do Ceará resultou na soltura de Márcio Perdigão, apontado como um dos principais líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC) no estado e condenado a 123 anos de prisão. A liberação ocorreu na manhã de sexta-feira, mas poucas horas depois a própria Justiça reconheceu que havia um mandado de prisão preventiva em vigor contra o acusado, o que levou à expedição de uma nova ordem de captura.

Márcio Perdigão deixou o Presídio de Segurança Máxima de Aquiraz após decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que anulou a condenação imposta em 2019. O entendimento do tribunal foi de que houve ilegalidades na produção das provas, como interceptações telefônicas realizadas sem autorização judicial, determinando a reabertura do processo. A decisão, no entanto, não significou absolvição.

Com a anulação da sentença, a Vara de Execução Penal autorizou a soltura, ao considerar que não havia mais fundamento legal para manter o réu preso. Posteriormente, a Vara de Delitos de Organizações Criminosas identificou que existia um mandado de prisão preventiva expedido antes da condenação anulada, que voltou a ter validade automática após a decisão do STJ.

Diante da falha de comunicação entre as varas, a Justiça expediu um novo mandado de prisão e declarou Márcio Perdigão foragido. As forças de segurança seguem mobilizadas para localizar o acusado.

Apontado como uma das principais lideranças do PCC no Ceará, Perdigão responde por crimes como homicídios, tráfico de drogas, assaltos a bancos e corrupção de agentes públicos. Ele cumpria pena em regime de segurança máxima por uma série de delitos cometidos ao longo de vários anos.

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