Foto: REUTERS/Adriano Machado
O Bolsa Família encerra 2025 atendendo 18,7 milhões de famílias, uma queda de 2,1 milhões de beneficiários em relação ao ano anterior. O recuo ocorre em meio a revisões cadastrais mais rígidas, reformulação do Cadastro Único e um pente-fino intensificado a partir do 2º semestre, quando o governo começou a enfrentar limitações orçamentárias para manter o programa. Em dezembro de 2024, o número de atendidos era de 20,8 milhões — 11,2% acima do patamar atual.
Apesar da redução de beneficiários, o valor médio pago pelo programa segue em alta: passou de R$ 607,14 em dezembro de 2022 para R$ 691,37 ao fim de 2025. O governo atribui a diminuição do público ao aumento de renda de parte das famílias, mas admite que outra parcela foi cortada por irregularidades ou segue impedida de receber o benefício mesmo após apresentar documentos exigidos pelos municípios.
O aumento dos gastos acompanha a escalada do valor médio: em dezembro, o programa movimenta R$ 12,7 bilhões — bem acima dos R$ 3,7 bilhões de janeiro de 2022, embora abaixo do pico de R$ 15 bilhões registrado em junho de 2023. Enquanto isso, a fila de pré-habilitados voltou a crescer e chegou a 987,6 mil famílias em novembro, o maior número desde julho de 2022. O governo ainda não divulgou os dados de dezembro.
Com a pressão fiscal aumentando, os cortes se intensificaram no 2º semestre, levando o programa ao nível atual de beneficiários. O cenário reforça a falta de transparência sobre quem está sendo excluído e expõe o desafio do governo em equilibrar demanda social crescente com limitações orçamentárias. Os pagamentos de dezembro foram antecipados e seguem até o dia 23, com todos os depósitos garantidos antes do Natal.
Com informações do Poder360



