Vorcaro pagou jantar para ministros do STF nos EUA

A rede de contatos do bilionário Daniel Vorcaro superava o campo financeiro e político e buscou alcançar a cúpula da Justiça do Brasil, que o levou a ser preso pela Polícia Federal por indícios de crimes contra o Sistema Financeiro Nacional, na segunda-feira (17). Três anos antes das últimas duas noites passadas por Vorcaro na prisão, ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) se fartaram em um jantar luxuoso que o banqueiro ofereceu, organizou e pagou, nos Estados Unidos (EUA).

Em novembro de 2022, os ministros do Supremo, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski e Luís Roberto Barroso jantaram às custas do jovem banqueiro, no requintado restaurante Fasano New York. Vorcaro exibia aos togados sua teia de relacionamento com outros convidados do evento organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (LIDE) para debater sobre liberdade de expressão e democracia, a “Brazil Conference”, na capital financeira norte-americana.

Àquela época de 2022, o presidente Lula (PT) já havia derrotado o então presidente Jair Bolsonaro (PL) e Vorcaro era lembrado pelo fato de seu banco já ter sido investigado pela Operação Lava Jato por suspeita de crimes financeiros entre 2014 e 2016, quando utilizava como nome Banco Máxima. Dois ex-gestores do banco se tornaram réus, em 2021, por crimes financeiros relacionados à instituição, no Tribunal Federal Regional Federal da 1ª Região.

O cardápio foi detalhado pelo site Metrópoles, à época. E incluiu cinco canapés por cerca de R$ 350 por pessoa; uma sequência de quatro pratos servidos a um custo de cerca de R$ 750; mais bebidas à vontade com garrafas como do espumante italiano Ferrari, por R$ 350, em valores de 2022.

Em 2022, os ministros não comentaram sobre terem participado da pomposa recepção do banqueiro suspeito de crimes na filial do restaurante tradicional da elite de São Paulo. E o Diário do Poder enviou à Assessoria de Comunicação do STF um pedido por um eventual posicionamento atualizado sobre o jantar pago por Daniel Vorcaro. Demanda não respondida até a última atualização desta matéria.

Alvo de liquidação extrajudicial decretada ontem pelo Banco Central do Brasil, o Banco Master justificou o jantar, em 2022, afirmando que seria prática comum a diversos seminários e fóruns de discussão empresarial, por ser um dos vários patrocinadores da conferência. A instituição financeira apontou que a organização da recepção aos ministros foi dividida com o LIDE em Nova York. Mas a lista oficial de patrocinadores do evento não citava o Banco Master.

Deu no Diário do Poder

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