Por Messias, Lula ainda tenta vencer resistência no Senado

Foto: Bruno Peres/Agência Brasil

Mesmo após todas as investidas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a avaliação nos bastidores do governo é que ao menos dois fatores ainda impõem obstáculos à confirmação de Jorge Messias ao STF (Supremo Tribunal Federal). As informações são da jornalista Clarissa Oliveira, da CNN Brasil.

O primeiro é a persistente resistência do Senado em acatar o favorito de Lula para a cadeira de Luís Roberto Barroso, que se aposentou em outubro.

O segundo é o impasse na eleição em Minas Gerais.

O segundo tem relação com o primeiro. Lula, de acordo com interlocutores, apostava alto na conversa ocorrida no início da semana com o ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

O presidente queria convencer o aliado a sair candidato ao governo mineiro. Um aceite seria, então, a chave para atrair mais senadores para uma pacificação em torno do nome de Messias e, quem sabe, trazer para perto o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP).

Pacheco disse respeitar a preferência de Lula por Messias, mas avisou que acha melhor encerrar a carreira política a concorrer ao governo mineiro.

Com isso, o impasse no Senado segue sem solução. Fontes diretamente envolvidas na negociação disseram à CNN Brasil que o temor no governo tem a ver mais com a governabilidade e menos com a sabatina do indicado ao Supremo.

Lula chegou a manifestar ao próprio Messias a preocupação com a resistência ao seu nome, de acordo com fontes próximas ao presidente. A conversa teria ocorrido logo antes da viagem à Malásia.

Foi ali, ainda segundo os relatos, que Lula explicou ao auxiliar que esperaria para confirmar sua nomeação. Lula teria pedido expressamente a Messias que fizesse um trabalho para aliviar a rejeição, não só no Senado, mas também em setores do próprio Supremo.

Alguns petistas ainda olham com desconfiança para o cenário atual. Dizem que, enquanto na situação no Senado não estiver resolvida, a escolha do AGU está em risco.

Há quem diga, inclusive, que Pacheco segue na bolsa de apostas para o STF. Que Lula poderia indicá-lo para pacificar a relação com Alcolumbre e buscar outra opção para a eleição em Minas. A Messias, ficaria na mesa a promessa de ser considerado em outro momento.

No entorno do AGU, entretanto, a indicação é tida como consolidada. Uma tese é que o recuo na nomeação de Messias seria desgastante para o governo e para o próprio Lula, dadas as sucessivas manifestações do presidente pela indicação do auxiliar.

Há, neste momento, duas teses distintas nos bastidores do governo sobre o novo “timing” da indicação. Amigos de Messias dizem que a confirmação pode vir ainda nesta semana. Outros dizem que Lula não baterá o martelo enquanto a poeira não baixar.

Fonte: CNN Brasil

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