Com mais de 178 milhões de usuários cadastrados no Brasil, entre pessoas físicas e jurídicas, o Pix, modalidade de pagamento instantâneo que foi lançada pelo Banco Central do Brasil (BC) em 2020, completou cinco anos no último domingo (16). A adesão em massa por parte dos brasileiros mostra a força da nova forma de pagamento, mas também acende um alerta sobre endividamento, golpes e riscos envolvidos nas transações.
O Pix é o principal meio de pagamento digital do Brasil e representa a transformação na forma de consumir bens, pagar contas e movimentar a economia. Em apenas meia década, o sistema se expandiu amplamente e é adotado por praticamente todos os bancos, fintechs e grandes plataformas.
Segundo o economista Mário Jesiel, a modalidade tem diversas vantagens. “O Pix é uma inovação brasileira que hoje tem repercussão internacional. É uma tecnologia digital de primeiro mundo e um instrumento de cidadania financeira. Acho que ele democratizou o sistema bancário, reduziu a informalidade, aumentou a eficiência econômica e transformou, de certa maneira, o comportamento financeiro das pessoas”.
Mário também destaca o impacto na vida dos brasileiros que utilizam o Pix – são 161,75 milhões de CPFs cadastrados, segundo o BC. “Essa transferência de pagamentos instantâneos é algo revolucionário no Brasil, a ponto de muitas pessoas esquecerem do dinheiro em espécie”, diz. “E praticamente todas as empresas brasileiras utilizam esse instrumento a seu favor, nas transações, nas compras e vendas”, detalha o economista.
Mário lembra que o projeto inicial do Pix ocorreu em 2018, mas somente foi lançado no dia 16 de novembro de 2020. “O objetivo principal foi modernizar os meios de pagamento e aumentar a inclusão financeira, com redução de custos nas transações, principalmente para a pessoa física. Por isso, democratizou bastante para pessoas de todas as classes sociais”, lembra.
À medida que o Pix ganha cada vez mais adesão no Brasil, novos golpes também surgem com frequência. “Novas formas de fraude e extorsão digital estão aí a todo momento. Tem golpes de falsos links, golpes dos QR codes falsos e o chamado golpe reverso”, exemplifica.
Outro problema, segundo Mário Jesiel, é que ao utilizarem o Pix as pessoas esquecem que estão gastando dinheiro, o que acaba contribuindo para o que ele chama de “endividamento disfarçado” das famílias. “Não sentimos a perda do dinheiro quando pagamos digitalmente uma conta. Isso implica que as pessoas começaram a utilizar o Pix para o consumo muito mais intensamente, muito mais impulsivamente”, alerta.
Diante dos inúmeros golpes, os bancos dispõem de uma série de medidas de segurança, como limitar os valores a serem movimentados diariamente pelo usuário.
Para que o Pix não se torne um inimigo financeiro, Mário Jesiel recomenda algumas práticas simples, mas importantes, segundo ele: “É interessante, por exemplo, perguntar ao seu cérebro o seguinte: este Pix cabe no meu orçamento? E anotar pequenas transferências feitas”.




