O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) André Mendonça determinou uma nova ordem de prisão preventiva contra o empresário Antônio Carlos Antunes Camilo, conhecido como “Careca do INSS”.
Ele já está preso no Complexo da Papuda, em Brasília.
No documento divulgado nesta quinta-feira (13), Mendonça aponta que Antônio mantinha vínculos societários e contratuais com empresas ligadas ao ex-procurador do INSS Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho e à esposa dele, Thaísa Hoffmann Jonasson, ambos presos hoje na Operação Sem Desconto, da PF (Polícia Federal).
Antônio havia sido detido em setembro, acusado de chefiar um esquema de desvio de recursos de aposentados e pensionistas do INSS.
Atuação conjunta
Segundo o despacho, o “Careca do INSS” operava por meio das empresas Prospect Consultoria Empresarial Ltda. e Plural Intermediações de Negócios S.A., nas quais atuava como dirigente ou representante de fato.
A nova ordem de prisão também se baseia na “proximidade e interlocução contínua” de Antônio com Thaísa, mesmo após a deflagração da operação.
Conversas recentes indicam que os dois seguiram ajustando contratos e alinhando repasses, inclusive depois de 23 de abril deste ano, quando a Operação Sem Desconto já estava em andamento.
A PF aponta que Antônio funcionava como gestor de múltiplas pessoas jurídicas usadas para transferir valores do casal, sem lastro em operações reais. Ele também teria emitido notas fiscais retroativas e reprocessado lançamentos contábeis para “compatibilizar” períodos sob investigação.
“Esses elementos configuram, por evidente, persistência delitiva e risco de reiteração criminosa, a justificar o decreto prisional”, afirma Mendonça.
Estrutura criminosa
O ministro destacou ainda que Antônio, Virgílio e Thaísa montaram uma estrutura complexa voltada à prática sistemática de crimes, com “profunda repercussão negativa na sociedade”.
“Apropriaram-se indevidamente de valores de beneficiários do INSS, causando prejuízo estimado em bilhões de reais. Ademais, a rede de empresas de fachada permite a continuidade dos ilícitos e torna necessário impedir que os investigados inviabilizem o acesso a provas adicionais”, escreveu.
Fonte: CNN Brasil




