Aposentados mortos pagaram mensalidade para associação fantasma e INSS fechou os olhos

Foto: Reprodução

A Associação dos Aposentados do Brasil (AAB), protagonista da “Farra do INSS”, tentou cobrar mensalidades de pessoas mortas há décadas. A Controladoria-Geral da União (CGU) identificou mais de 27 mil casos em que a entidade pediu descontos de benefícios de falecidos, em flagrante tentativa de fraude.

Um exemplo chocante é o de Jaime dos Santos, que morreu em 2002, aos 46 anos. Mesmo assim, em março de 2024, a AAB tentou incluir o nome dele na lista de descontos do INSS, conforme o Metrópoles. Para a CGU, a ação é uma tentativa clara de burlar controles do governo e configura fraude, já que um morto não pode autorizar nada.

Ao menos 31 das 38 entidades autorizadas pelo INSS pediram descontos de falecidos. Entre elas estão grandes associações, como Contag, Conafer e Ambec. Ao todo, o levantamento apontou 204 mil casos desse tipo. O objetivo? Inflar a lista de associados e embolsar mais dinheiro de forma irregular.

Segundo a CGU, essas entidades apresentaram documentos falsos e continuam respondendo a milhares de processos por descontos feitos sem autorização. “A inclusão de um novo desconto não é só preencher ficha. É preciso convencer o aposentado, coletar documentos e enviar ao INSS. Com mortos, é impossível. Isso revela fraude grave e documentos sem qualquer validade”, aponta o órgão.

O escândalo veio à tona em reportagens do Metrópoles a partir de dezembro de 2023, mostrando que as associações chegaram a arrecadar R$ 2 bilhões em um ano. As denúncias impulsionaram a Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que culminou na demissão do presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi.

Deu na CNN

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