Foto: Kayo Magalhães/ Câmara dos Deputados
A deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) está entre os 15 brasileiros detidos após a interceptação de uma flotilha humanitária rumo à Faixa de Gaza por forças israelenses, na quarta-feira (1º). O grupo participava da Flotilha Global Sumud (GSF), composta por cerca de 40 barcos que levavam ajuda humanitária à região.
O Ministério das Relações Exteriores de Israel confirmou que as embarcações foram “paradas com segurança” e que os passageiros foram levados a um porto israelense. Em uma postagem na rede X, a pasta disse que “Greta e seus amigos estão seguros e saudáveis”, em referência à ativista sueca Greta Thunberg, que também estava no comboio.
O governo brasileiro condenou a ação, classificando-a como “interceptação ilegal” e “detenção arbitrária”. Segundo o Itamaraty, a operação viola normas internacionais, incluindo a Convenção da ONU sobre o Direito do Mar, que garante liberdade de navegação.
Interceptação em alto-mar
De acordo com a organização da flotilha, os navios foram interceptados a cerca de 130 km da costa de Gaza, ainda em águas internacionais. A GSF relatou que uma embarcação foi abalroada de forma deliberada e outras duas foram atingidas por canhões de água, mas ninguém ficou ferido.
Participação de Luizianne
Luizianne havia pedido licença do mandato no fim de agosto para integrar a missão, que também contou com parlamentares italianos e espanhóis. O grupo partiu de Barcelona (Espanha) no dia 31 de agosto e foi ganhando adesões ao longo do percurso.
Na noite de terça-feira (30), a deputada publicou nos stories do Instagram que os barcos haviam entrado em “zona de alto risco” e que os tripulantes estavam vestindo coletes salva-vidas diante da aproximação de embarcações não identificadas.
Ações do Brasil
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que acionou o Itamaraty assim que soube da detenção. Ele pediu que as prerrogativas parlamentares de Luizianne sejam respeitadas e que os direitos dos demais brasileiros sejam garantidos.
Nesta sexta-feira (3), uma delegação do Ministério das Relações Exteriores deve visitar os detidos em Israel. O anúncio foi feito após reunião entre o chanceler Mauro Vieira e deputados federais.
Deu na CNN