Caio Bonfim triunfa em Tóquio e se torna campeão mundial da marcha de 20 km

Foto: Antonin Thuillier/AFP

Caio Bonfim, 34, é campeão mundial na marcha de 20 km. O brasileiro fez uma prova estratégica na manhã japonesa de sábado (20), ainda noite brasileira de sexta-feira (19), e conquistou o ouro da prova no Mundial de atletismo de 2025, realizado em Tóquio.

O competidor de Sobradinho, Distrito Federal, já havia levado a prata nos 35 km, uma semana antes. Com os bronzes de 2017, em Londres, nos 20 km, e 2023, em Budapeste, também nos 20 km, passou a totalizar quatro pódios em Mundiais.

Nenhum atleta do Brasil obteve tantas medalhas na história da competição. Bonfim deixou para trás o velocista Claudinei Quirino, que foi bronze em 1997, em Atenas, nos 200 m, e subiu ao pódio duas vezes em 1999, em Sevilha: prata nos 200 m e bronze no revezamento 4 x 100 m.

O atleta entrou, agora, no grupo dos brasileiros vencedores do Mundial de atletismo. Também receberam medalha de ouro Fabiana Murer, no salto com vara, em Daegu, em 2011, e Alison dos Santos, nos 400 m com barreiras, em Eugene, em 2022.

Caio tem também no currículo uma medalha de prata olímpica. Nos Jogos do ano passado, realizados em Paris, ficou na segunda colocação na disputa de 20 km da marcha, celebrando bastante.

No Mundial de Tóquio, celebrou ainda mais. Depois de ter cruzado a linha de chegada, passou alguns segundos no chão, enrolado na fita da vitória, ganhando fôlego. Em seguida, foi na direção da arquibancada: “Eu sou o campeão do mundo, não sou o segundo, não”.

Foi uma prova de estratégia do brasileiro, que passou boa parte do percurso, nos arredores do Estádio Nacional do Japão, no segundo pelotão. Assumiu a liderança brevemente, voltou ao segundo pelotão e guardou uma arrancada para os dois quilômetros finais.

O japonês Toshikazu Yamanishi, que liderava a disputa, teve uma punição de dois minutos por três faltas de deslizamento (tirar simultaneamente os dois pés do chão). E Caio partiu furiosamente para cima dos adversários que restavam.

Quando entrou no estádio, já tinha uma vantagem considerável sobre os concorrentes. E conseguiu manter o ritmo para completar a disputa na primeira posição e ampliar sua importância na história do atletismo brasileiro.

“Eu queria fazer os primeiros seis quilômetros bem conservadores, depois uma prova de 14 quilômetros. Do 12º para o 13º, virei o primeiro, depois oitavo, sétimo, fui crescendo. Foi um Mundial de resiliência, cara: ‘Não desiste, não desiste, mais uma volta’. Deu certo”, afirmou.

Bonfim terminou o trajeto em 1h18min35, seguido pelo chinês Wang Zhaozhao (1h18min43) e pelo espanhol Paul McGrath (1h18min45). Foi, então, carregado pelos outros dois brasileiros que estavam na prova, Matheus Corrêa e Max Batista Gonçalves dos Santos.

Além dos dois pódios de Caio Bonfim, o país teve uma medalha com Alison dos Santos. Na noite japonesa de sexta (19), manhã no Brasil, Alison dos Santos ficou com a segunda colocação nos 400 m com barreiras.

Deu na Folha de S.Paulo

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