Pix vira hábito no RN e Estado lidera transações no Nordeste, aponta FGV

No Rio Grande do Norte, o Pix já faz parte do dia a dia da maioria da população. Em 2024, 63,8% dos moradores do estado fizeram ao menos uma transação por mês usando o sistema — o maior índice do Nordeste e acima da média nacional, que é de 63%, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Com uma economia movimentada principalmente pelo comércio e pelos serviços, os potiguares utilizam o Pix, em média, 36 vezes por mês — uma das maiores frequências do país, superando até São Paulo, onde a média é de 29.

Para o economista Helder Cavalcanti, conselheiro do Conselho Regional de Economia (Corecon-RN), o sucesso do Pix se deve à sua capacidade de atender à urgência da vida moderna. “O Pix chegou quebrando todos os paradigmas, criando aí uma facilidade imediata da segurança, liquidez e gratuidade. Ele é um instrumento que caiu no gosto da população”, afirma. Segundo ele, o modelo econômico do RN, fortemente apoiado no setor de serviços e no turismo, potencializou o uso dessa tecnologia. “Há um giro do dinheiro muito rápido. É uma lanchonete, uma barbearia, um salão de beleza. Tudo isso acontece de forma instantânea, e o Pix é um instrumento fácil”, acrescenta.

No bairro da Cidade Alta, o empresário de uma loja de produtos têxteis, Igor Brito, afirma que o Pix representa hoje mais de 30% do faturamento. Ele destaca que, inicialmente, a ferramenta foi adotada como alternativa de pagamento, mas logo se mostrou vantajosa também para o negócio. “Facilita muito o trabalho do caixa. O banco já faz a conciliação automática, então não precisa ficar conferindo Pix a Pix”, relatou.

Na loja de Igor Brito, hoje é oferecido um desconto de 5% para pagamentos à vista, incluindo o Pix. Ele acrescenta que o sistema também trouxe mais segurança, ao reduzir o manuseio de dinheiro em espécie. Mesmo assim, o empresário garante que ainda costuma manter troco no caixa para qualquer necessidade.

A adoção da tecnologia também teve efeito sobre o comportamento dos consumidores. Sônia Andrade, 72, afirma que demorou a aderir ao Pix por receio de segurança, mas hoje usa com frequência. “Quando chega aquela novidade a gente sempre fica com um pouquinho de medo, mas agora eu faço bastante [Pix]. É muito prático”, disse. Mesmo sem saber a quantidade de transações mensais que realiza, ela aponta que prefere o Pix não por descontos, mas pela comodidade no dia a dia.

Para o presidente da Fecomércio RN, o Pix está consolidado como ferramenta popular, inclusive entre os micro e pequenos negócios. “A barreira de entrada ao Pix é zero e sem custos, podendo ser operacionalizado diretamente pelo comerciante. Por isso, sua difusão foi rápida entre comerciantes e consumidores e hoje já se tornou o principal meio de pagamento da população brasileira”, avalia Marcelo Queiroz.

Os dados do Banco Central revelam que, em dezembro de 2024, 76,4% da população usou o Pix para realizar pagamentos, um crescimento expressivo em relação aos 46,1% registrados em 2021. O uso do dinheiro caiu de 83,6% para 68,9% no mesmo comparativo, enquanto o cartão de crédito cresceu de 44,5% para 51,6%, e o cartão de débito de 61,7% para 69,1%. Mais de 150 milhões de pessoas físicas já realizaram pelo menos uma transação de pagamento utilizando o Pix.

Informações da Tribuna do Norte.

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