A ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, teve papel fundamental nas decisões tomadas pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diante da crise no INSS, após investigações revelarem fraudes bilionárias que prejudicaram milhões de aposentados e pensionistas.
Foi dela o comando das operações política e de gestão para a escolha do novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, no lugar de Carlos Lupi, e do presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Gilberto Waller Jr., em substituição a Alessandro Stefanutto.
Na operação política, área diretamente sob sua responsabilidade, Gleisi atuou com o PDT para manter a bancada do partido no Congresso na base de apoio a Lula. Em entrevista à CNN na terça-feira (29), o líder do partido na Câmara, Mario Heringer (MG), chegou a dizer que a demissão de Lupi significaria uma demissão do próprio PDT.
Na quarta-feira, já começou a ser construído o pedido de demissão de Lupi – que entregou o cargo a Lula e defendeu, em carta pública, punição rigorosa aos responsáveis pela fraude investigada pela Polícia Federal (PF) e pela Controladoria-Geral da União (CGU).
A bancada entendeu que a situação política de Lupi era insustentável, mas fez questão de preservar o espaço do PDT na Esplanada com a indicação de Wolney, então número 2 da Previdência e ex-deputado com bom trânsito no partido e no Congresso — atributos que o governo avalia como importantes para contenção da crise política provocada pela fraude no INSS.
Antes, Gleisi também teve papel crucial na definição do novo presidente do INSS, incumbido pelo governo de atuar diretamente no ressarcimento dos aposentados e pensionistas lesados pelas fraudes.
Waller Jr. terá a missão não só de atuar, por meio de auditorias e processos internos, para chegar ao valor real do esquema — estimado pelas investigações em R$ 6,3 bilhões —, mas para construir em conjunto com a Advocacia-Geral da União (AGU) o mecanismo que levará ao ressarcimento dos beneficiários do INSS.
A crise do INSS coloca em xeque as ações do Palácio do Planalto, por meio da Secretaria de Comunicação Social (Secom) comandada por Sidônio Palmeira, de recuperação da aprovação do governo Lula, em queda desde a virada de 2024 para 2025.
A atuação de Gleisi nas duas operações — política e administrativa — revela o quanto a ministra, que chegou ao Planalto neste ano, é fundamental para os planos de Lula em pavimentar o caminho de uma candidatura à reeleição — que o presidente tem dito em reuniões com parlamentares de que é seu objetivo para 2026.
Deu na CNN