Dólar sobe e fecha a R$ 5,99 após tarifa de 104% dos EUA à China; bolsa cai

 Foto: Agência Brasil

O dólar disparou na sessão desta terça-feira (8), com a aversão ao risco, enquanto investidores retiravam dinheiro em busca de ativos mais seguros. O Brasil sofreu mais, por sua proximidade com a China, que deve ser fortemente impactada pelas tarifas de Donald Trump.

Ao fim do pregão, a moeda norte-americana registrava alta de 1,49%, cotada a R$ 5,9985. A divisa chegou a bater R$ 6 na máxima. Já o Ibovespa opera em queda de 1,34%, aos 123,9 mil pontos. Nas ações, a Vale despenca mais de 3% no pregão.

Os Estados Unidos confirmaram, na tarde desta terça-feira (8), que aplicará uma nova tarifa contra a China.

A medida ocorre após o gigante asiático não cumprir o pedido do presidente donald Trump de voltar atrás com as taxas retaliatórias de 34% anunciadas na semana passada.

Pelo mundo, as bolsas se recuperaram. Nos Estados Unidos, os índices dispararam com maiores expectativas de um acordo comercial.

Bolsas da Europa e Ásia se recuperam

As bolsas asiáticas fecharam majoritariamente em alta nesta terça, recuperando-se parcialmente dos tombos que sofreram no pregão anterior em meio a preocupações com os efeitos do tarifaço do governo Trump, embora as tensões comerciais persistam.

O índice japonês Nikkei subiu 6,03% em Tóquio, a 33.012,58 pontos, seu melhor desempenho diário desde 6 de agosto do ano passado. Já o Hang Seng avançou 1,51% em Hong Kong, a 20.127,69 pontos, revertendo apenas uma fração da drástica queda de cerca de 13% que sofreu ontem.

Na Europa, as bolsas também operam em alta na manhã desta terça, após acumularem perdas nos quatro pregões anteriores. Por volta das 10h30 (de Brasília), o índice pan-europeu Stoxx 600 avançava 3,54%, a 490,78 pontos. Na segunda (7), o índice caiu cerca de 4,5%, atingindo o menor patamar desde janeiro de 2024.

Contexto internacional

A política comercial dos EUA continua sendo no foco dos mercados desde que o presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou na semana passada a imposição de tarifa de 10% sobre as importações ao Brasil, que entrou em vigor no sábado, e taxas mais altas para alguns parceiros, que serão implementadas na quarta.

Por três sessões consecutivas, os investidores demonstravam enorme aversão ao risco, uma vez que temem que as medidas comerciais possam desencadear uma guerra comercial ampla, o que poderia provocar a aceleração da inflação global e uma recessão econômica em diversos países.

Mas nesta terça-feira, os agentes financeiros demonstravam um certo alívio, já que notícias recentes mostraram que alguns países estão preparados para negociar as tarifas com os EUA, evitando novas escaladas nas tensões comerciais.

O destaque era o Japão, sobre quem Trump afirmou na segunda que está enviando uma equipe para discutir as relações comerciais. O país asiático ainda anunciou nesta terça que seu ministro da Economia, Ryosei Akazawa, liderará as negociações pelo lado japonês.

Na Europa, ministros da União Europeia concordaram na véspera em priorizar as negociações dos EUA, mesmo que a Comissão Europeia tenha anunciado no mesmo dia planos para retaliar as medidas implementadas pela maior economia do mundo.

“Embora a UE permaneça aberta a negociações — e prefira fortemente — não vamos esperar indefinidamente”, disse o comissário europeu de Comércio, Maros Sefcovic, acrescentando que o bloco avançaria com contramedidas.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — caía 0,53%, a 102,880.

A divisa norte-americana ainda recuava ante pares do real, como o peso mexicano, o rand sul-africano e o peso chileno.

Por outro lado, o otimismo nos mercados contava com uma dose de cautela, à medida que Trump também escalou as tensões com a China na segunda-feira, ameaçando a segunda maior economia do mundo com tarifas adicionais caso Pequim não abandone as medidas retaliatórias contra as taxas dos EUA.

Cenário no Brasil

Na cena doméstica, dados do Banco Central mostraram mais cedo que a dívida bruta do Brasil registrou alta em fevereiro, quando o setor público consolidado brasileiro apresentou déficit primário bem menor do que o esperado.

Mais tarde, as atenções se voltarão para comentários do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que participará do encerramento do Brazil Investment Forum, promovido pelo Bradesco BBI, às 17h.

Fonte: CNN

Deixe um comentário

Rolar para cima
× Receba Novidades