Em discurso, Malafaia critica generais do Exército: “frouxos”, “covardes”, “omissos”

Foto: Reprodução/YouTube/Silas Malafaia

pastor Silas Malafaia, organizador da manifestação deste domingo (6), na Avenida Paulista, em São Paulo, direcionou parte de seu discurso durante o ato a “generais de quatro estrelas do Alto Comando do Exército”. Ele criticou a falta de posicionamento dos militares após a prisão do general Braga Netto, ex-ministro da Defesa e da Casa Civil do governo de Jair Bolsonaro (PL) e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro em 2022.

Braga Netto foi preso preventivamente em dezembro de 2024 pela Polícia Federal (PF) sob suspeita de ser um dos articuladores de um plano de golpe de Estado após o resultado da eleição presidencial de 2022. Para a PF, o militar tentou interferir nas investigações e obter acesso ao conteúdo da colaboração premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.

“Eu não posso esquecer de falar do general Braga Netto. Sabe por que ele está preso? Porque Alexandre de Moraes diz que ele estava tentando obstruir o processo. Um general condecorado no exterior, com ficha limpa”, disse Malafaia em seu pronunciamento no ato deste domingo.

“Ah, eu não vou me calar aqui não”, prosseguiu. “Cadê esses generais de quatro estrelas do Alto Comando do Exército? Cambada de frouxo. Cambada de covardes. Cambada de omissos. Vocês não honram a farda que vestem”, disparou. “Não é para dar golpe, não. É para marcar posição”, argumentou.

Na sequência, ele defendeu que os atos de 8 de janeiro de 2023 não se trataram de tentativa de golpe e sugeriu que as decisões do Supremo Tribunal Federal (STF) contra pessoas supostamente envolvidas nas ações são consequência de uma politização da Justiça.

“Escute isso, povo brasileiro: o ministro da Defesa de Lula – vou repetir, o ministro da Defesa de Lula -, José Múcio declarou: ‘Não houve golpe’. O ministro [do STF] Gilmar Mendes, em uma entrevista na TV de Portugal, disse: ‘Não tem golpe. Não apareceu ninguém para assumir. Houve baderna’”, lembrou. “Alguém disse uma frase, Bolsonaro, muito interessante: quando o Judiciário politiza suas decisões, a Justiça sai pela porta dos fundos. Uma outra pessoa diz o seguinte: ‘A Justiça de uma nação não é uma arma; a Justiça é um escudo para proteger os cidadãos da injustiça”.

Não foi a primeira vez que Malafaia atacou militares de alta patente. Em abril do ano passado, durante manifestação em favor de Bolsonaro, o pastor, que também foi o organizador do evento, cobrou a renúncia dos três comandantes das Forças Armadas – Marcos Olsen, da Marinha, Tomás Paiva, do Exército, e Marcelo Damasceno, da Aeronáutica.

“Se esses comandantes militares honram a farda que vestem, renunciem aos seus cargos. E nenhum outro oficial de quatro estrelas assuma até que haja uma investigação profunda do Senado”, afirmou, em referência a eventuais apurações de parlamentares sobre ministros do STF.

Neste domingo, o pastor ainda criticou o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (PL-PB), que recentemente pediu a lideranças partidárias que não assinassem um requerimento para tramitação em caráter de urgência de um projeto de lei que anistia acusados de envolvimento no 8 de Janeiro.

“O Sr. Presidente da Câmara, Hugo Motta, disse: ‘eu sou o árbitro, eu sou o juiz’. Só se for juiz iníquo, porque ele pediu aos líderes partidários para não assinar a urgência do projeto de anistia. Eu espero, se o Hugo Motta está assistindo isso aqui, que ele mude, porque você, Hugo Motta, está envergonhando o honrado povo da Paraíba. E eu tenho certeza, porque nós ouvimos aqui, os governadores, que os deputados não vão abrir mão de assinar o pedido de anistia”, disse Malafaia.

Fonte: Gazeta do Povo

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