Foto: Carla Belke
O avanço da maré na engorda da Praia de Ponta Negra é um processo resultante dos fenômenos naturais e vai continuar ocorrendo mesmo que o aterro hidráulico tenha finalizado. É o que aponta o titular da Secretaria de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) de Natal, Thiago Mesquita. Segundo ele, o cenário é comum em quaisquer praias devido às dinâmicas costeiras, que incluem a chegada de marés alta e baixa na costa.
Nessa quarta-feira (29), o cenário de avanço do mar na engorda gerou reclamações por parte da população e levantou dúvidas quanto ao comprometimento da obra. Thiago Mesquita assegura, contudo, que a maior invasão do mar já estava previsto no projeto da engorda e não vai comprometer os serviços na região.
“Divulgamos, desde o início, na simulação matemática do projeto executivo da engorda, que teríamos 50 metros de areia na maré alta e 100 metros na maré baixa. Já havia a previsão de que 50% da areia da engorda, na maré alta, vai ser invadida pelo mar porque é normal. É a dinâmica costeira do ambiente e o aterro não é uma barreira intransponível”, esclarece.
O titular da Semurb continua explicando que o aterro hidráulico, embora atue contra o processo erosivo na linha da costa, não interfere na dinâmica costeira. “Com o passar do tempo, todos os dias nós teremos 50% da água entrando na areia, porque a faixa de areia vai reduzir para 50 metros na maré alta. Quando a maré recuar, teremos, novamente, aproximadamente 100 metros de areia. Todos os dias pode ser isso”, ressalta.
Em relação às reclamações dos comerciantes, em virtude do surgimento de trechos alagados em alguns pontos da engorda, Thiago Mesquita explica que o problema está associado ao sistema de drenagem de Natal. A expectativa é que os serviços de drenagem na região, incluindo a resolução da falha em dois pontos de conexão que gerou alagamentos com a intensidade das chuvas, sejam concluídos dentro de 40 dias.