A escolha dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado Federal está relacionada à divisão e os acordos dos demais cargos das Mesas Diretoras de ambas as Casas. O jogo político também envolve a indicação de presidentes para comissões e relatores de pautas de destaque. A eleição dos sucessores do deputado Arthur Lira (PP-AL) e do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) está marcada para 1º de fevereiro. No entanto, a negociação sobre os cargos na disputa ocorre desde o ano passado.
Na Câmara, o favorito para o comando da Casa é Hugo Motta (Republicanos-PB), que tem o apoio do atual presidente e de quase todos os partidos, exceto o Novo e o PSOL — que vai lançar Marcel van Hatten e o Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) à presidência, respectivamente.
Já no Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) é o maior cotado e tem o apoio de Rodrigo Pacheco e de oito partidos — exceto PSDB e Novo.O senador Eduardo Girão (Novo-CE) e o senador Astronauta Marcos Pontes (PL-SP) protocolaram na segunda-feira (27) suas candidaturas à Presidência do Senado para o biênio 2025-2026. O senador Marcos do Val (Podemos-ES) já havia oficializado seu nome como candidato à eleição do sucessor de Rodrigo Pacheco, que será realizada neste sábado (1º).
Representatividade
Com frentes amplas para os dois principais candidatos nas duas Casas, os partidos buscam garantir representatividade. Oposição, base aliada do governo e siglas de centro articulam para garantir funções estratégicas. Esse é o caso do PL, por exemplo, que na última eleição à presidência do Senado lançou Rogério Marinho (RN), que saiu derrotado, e ficou sem cargos na Mesa Diretora nos últimos dois anos, mesmo tendo a segunda maior bancada da Casa. Neste ano, a sigla garantiu apoio a Alcolumbre e deve ocupar a 1ª vice-presidência.
Regimentalmente, a escolha dos ocupantes de cada cadeira da Mesa Diretora é feita de acordo com a proporcionalidade, dando preferência às maiores bancadas — a regra também é válida para a indicação dos presidentes das comissões.
Apesar disso, a escolha também é influenciada pelo apoio dos partidos aos candidatos à presidência das Casas.
Câmara
Para selar o apoio do União Brasil a Motta, a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) também entrou nas negociações, mas ainda não foi batido o martelo de quem cuidará do colegiado. Na mesma linha, o PSD negocia ter a relatoria do Orçamento de 2026 como uma das condições para apoiar o deputado.
Senado
Além da presidência, a Mesa Diretora do Senado é composta pelos seguintes cargos com atribuições específicas: 1º e 2º vice-presidentes: substituem, nessa ordem, o presidente em situações de ausência ou impedimento. Os cargos devem ser ocupados, respectivamente, pelos senadores Eduardo Gomes (PL-TO) e Humberto Costa (PT-PE).
1º secretária: responsável pela listagem dos resultados de votações; pela leitura de correspondências oficiais e documentos relativos às sessões; e por supervisionar as atividades administrativas da Casa. A senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB) é uma das indicadas para ocupar o cargo.
2º secretária: lavra as atas das sessões secretas, as lê e assina depois do 1º secretário. O senador Confúcio Moura (MDB-RO) é um dos cogitados para o posto.
3º e 4º secretárias: fazem as chamadas dos senadores, contam votos e auxiliam o presidente na apuração das eleições. O mais cotado para assumir a 4ª secretaria é o senador Dr. Hiran (PP-RR). Suplentes: quatro senadores substituem os secretários em casos de ausência ou impedimento.
Fonte: Tribuna do Norte