Foto: Joédson Alves/Agência Brasil
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) revelou que o varejo brasileiro perdeu R$ 103 bilhões em receitas em 2024 devido ao crescimento das apostas online. O estudo, divulgado em 16 de janeiro de 2025, mostra que as plataformas de apostas esportivas e cassinos virtuais movimentaram R$ 240 bilhões no período, levando 1,8 milhão de brasileiros à inadimplência.
O relatório “O Panorama das Bets” indica que as famílias com renda entre 3 e 5 salários mínimos são as mais afetadas pela expansão do setor. Segundo o Banco Central, o volume de recursos destinados a apostas cresceu 180% em relação a 2023, comprometendo principalmente o orçamento doméstico das classes C e D.
A expansão do setor começou após a Lei Federal 13.756/2018, que legalizou as apostas esportivas no país. Desde então, o segmento cresceu com investimentos massivos em marketing e patrocínios, especialmente no futebol brasileiro.
O documento aponta que a regulamentação insuficiente, principalmente dos cassinos online, facilita práticas ilícitas como a lavagem de dinheiro. A CNC alerta que essa situação prejudica setores tradicionais do varejo, como vestuário e eletrodomésticos, que registraram queda nas vendas.
A CNC propõe novas medidas regulatórias, incluindo limites para apostas, programas de prevenção ao vício e campanhas sobre riscos. A entidade também defende a regulamentação dos cassinos físicos, argumentando que podem gerar empregos e beneficiar a economia local.
Segundo dados da Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste), as reclamações sobre apostas online aumentaram 300% em 2024, comparadas a 2023. Os principais problemas relatados são dificuldades para sacar ganhos e cobranças indevidas em cartões de crédito.
Fonte: Poder 360