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Em seis dias úteis, o Banco Central (BC) ofereceu cerca de US$ 25,7 bilhões ao mercado para conter a alta do dólar. O total considera os valores divulgados pelo BC e anunciados em duas modalidades. Numa delas, os chamados “leilões à vista”, o montante atingiu US$ 14,7 bilhões. No segundo formato, o dos “leilões em linha”, a quantia ficou em US$ 11 bilhões. Nessa categoria, o BC assume o compromisso de recompra da moeda estrangeira.
Os US$ 25,7 bilhões foram anunciados entre a quinta-feira (12/12) e esta sexta-feira (20/12), na qual foram divulgados leilões de US$ 7 bilhões, sendo US$ 3 bilhões no mercado à vista e US$ 4 bilhões em linha. Por volta das 11 horas, a moeda americana oscilava, mas em queda de 0,40%, a R$ 6,09. Pouco depois da abertura do mercado, chegou a R$ 6,05.
Na quinta-feira (19/12), quando o dólar atingiu R$ 6,30, maior valor nominal (sem reajuste pela inflação) da história, o BC despejou o maior volume da moeda americana, um recorde desde 1999, momento em que o país adotou o regime de câmbio flutuante. Foram cerca de US$ 8 bilhões no mercado à vista, em duas doses: uma de US$ 3 bilhões e outra de US$ 5 bilhões.
O oferta dessa quantia, na avaliação de analistas, foi fundamental para atenuar a alta da moeda americana. Depois de ter alcançado R$ 6,30, com a oferta feita pelo BC, o dólar fechou a R$ 6,12, com recuo de 2,32% no pregão.
Como os leilões funcionam
Os leilões são operações usadas pelo BC para garantir liquidez no mercado de câmbio em momentos de alta da moeda americana. Os dólares são oferecidos diretamente às instituições financeiras, num total de 16 bancos, no jargão os “dealers de câmbio”, que operam no mercado primário. São essas instituições que repassam a divisa para o mercado secundário – ou seja, para os demais participantes (a lista completa dos “dealers” pode ser consultada neste link).
Os dólares oferecidos ao mercado saem das reservas internacionais do país, estimadas em cerca de US$ 363 bilhões, em novembro. De acordo com dados do BC, elas estavam em US$ 372 em setembro de 2024. Na quinta-feira (19/12), o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse que o “BC tem muita reserva e vai atuar quando necessário” no câmbio. A partir de janeiro, Campos Neto será substituído na presidência do BC pelo economista Gabriel Galípolo.
Quais foram as ofertas
12 de dezembro – oferta de US$ 4 bilhões em dois leilões de linha.
13 de dezembro – US$ 845 milhões no mercado à vista.
16 de dezembro – US$ 4,627 bilhões, sendo US$ 3 bilhões em leilão de linha e US$ 1,627 bilhão à vista.
17 de dezembro – US$ 1,272 no mercado à vista.
19 de dezembro – US$ 8 bilhões no mercado à vista, em dois leilões de US$ 3 bilhões e US$ 5 bilhões.
20 de dezembro – US$ 7 bilhões, com US$ 3 bilhões à vista e US$ 4 bilhões de linha.
Deu no Metrópoles