O mercado financeiro apresentou nesta segunda-feira (16) seu mais recente boletim econômico, trazendo as primeiras análises desde que o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu elevar a taxa Selic para 12,25% ao ano na semana passada.
O Boletim Focus chamou atenção ao prever a possibilidade de mais duas elevações na taxa básica de juros, diante do aumento dos riscos relacionados à dinâmica inflacionária, impulsionados por anúncios de medidas fiscais do governo.
A pesquisa, que reúne expectativas de cerca de 100 economistas, também indicou revisões nas estimativas de inflação. Para este ano, a previsão para o IPCA aumentou de 4,84% para 4,89%, enquanto a projeção para 2025 passou de 4,59% para 4,60%.
Os números divulgados na semana passada pelo IPCA apontaram uma alta de 0,39% em novembro, levando a taxa acumulada em 12 meses a 4,87%, o maior índice registrado desde setembro de 2023, quando chegou a 5,19%.
No longo prazo, a projeção para 2026 manteve-se em 4,0%, mas a de 2027 subiu para 3,66%, um aumento de 0,08 ponto percentual. Esses números continuam distantes do centro da meta oficial de inflação, estabelecida em 3,00%, com uma margem de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
As perspectivas para o câmbio também foram revisadas. Agora, espera-se que o dólar encerre 2024 valendo R$ 5,99, enquanto para 2025 a estimativa é de R$ 5,85, um aumento em relação às projeções anteriores, que eram de R$ 5,95 e R$ 5,77, respectivamente.
Por outro lado, a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi levemente ajustada para cima. A expectativa para 2024 passou de 3,39% para 3,42%, e para 2025, de 2,00% para 2,01%, em mudanças que refletem o impacto das incertezas fiscais e cambiais sobre a economia brasileira.
Deu no Conexão Política