Filho de presidente do PT de Alagoas recebeu R$ 399 mil do partido, diz reportagem

Filho de presidente do PT de Alagoas, advogado recebe R$ 400 mil do partido
Foto: Reprodução/Redes Sociais

 

O UOL reportou um repasse de R$ 399 mil, destinado ao filho do presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) de Alagoas, Ricardo Barbosa, e que gerou polêmica e descontentamento dentro da própria sigla. O valor foi pago ao advogado Guilherme Barbosa, filho de Ricardo, que recebeu o montante por meio de sua empresa individual, criada em 2022, pouco antes das eleições.

O pagamento, que representa cerca de 17% dos R$ 2,2 milhões recebidos pelo PT de Alagoas para as eleições municipais, levou à desfiliação do advogado criminalista Welton Roberto, que não poupou críticas à decisão.

Welton, que disputou duas eleições pelo partido, afirmou que mais de 20 advogados que trabalharam na campanha de Lula em 2022 foram “injustamente esquecidos” enquanto Guilherme recebeu o expressivo valor. Em suas redes sociais, ele lamentou o que chamou de favorecimento familiar e mencionou ainda outro repasse de R$ 439 mil para uma empresa contábil, supostamente ligada a membros da direção do partido.

Guilherme Barbosa, formado em Direito desde 2019, se apresenta como advogado tributário e eleitoral, e está cursando mestrado em Direito Público pela Universidade Federal de Alagoas (Ufal). Seu pai, Ricardo Barbosa, comanda o PT em Alagoas desde 2017, mas tem uma trajetória política marcada por derrotas nas urnas. Com um histórico de apenas um mandato como vereador de Maceió, entre 2009 e 2012, ele nunca mais conseguiu se eleger.

Procurados pela reportagem, Ricardo e Guilherme Barbosa não se manifestaram. No entanto, o PT de Alagoas veiculou uma nota oficial, afirmando que a destinação dos recursos foi aprovada pela Comissão Executiva Estadual de forma transparente e que todas as contratações foram devidamente informadas à Justiça Eleitoral. O partido classificou as críticas como “ataques midiáticos fascistas”, buscando desestabilizar a legenda e sua liderança.

A nota sustenta que as contratações atenderam a todos os critérios exigidos pela direção nacional e que a prestação de contas, até o momento, foi parcial e está de acordo com a legislação eleitoral.

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