Nas últimas 24 horas desta segunda-feira (9), o Brasil registrou 5.132 focos de incêndio, concentrando 75,9% das áreas afetadas pelo fogo em toda a América do Sul, de acordo com dados do Programa Queimadas, do Inpe.
O bioma Cerrado, com 2.489 focos, ultrapassou a Amazônia em número de incêndios. A diretora do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam), Ane Alencar, expressou preocupação com a antecipação do período crítico de queimadas. Ela alegou que o cenário se agravou devido a fenômenos climáticos como El Niño, seguidos de La Niña, e o aquecimento global, além de possíveis ações humanas.
Até os primeiros dias de setembro, foram registrados 37.492 focos de incêndio no país, mais que o dobro do mesmo período em 2023, quando foram contabilizados 15.613 focos. Estados como Goiás e Mato Grosso têm enfrentado incêndios em unidades de conservação, como o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e áreas do ICMBio, afetando milhares de hectares.
Além do impacto ambiental, o aumento dos incêndios tem gerado casos de poluição do ar e doenças respiratórias, levando o Ministério da Saúde a mobilizar a Força Nacional do SUS para auxiliar os Estados e municípios na mitigação dos efeitos das queimadas na saúde pública.
Um relatório obtido pelo Conexão Política mostra que o SUS, desde o mês de maio, passou a priorizar atendimentos de pessoas com doenças respiratórias. O documento reporta que as entradas para essas doenças (síndrome gripal, pneumonia, resfriado) somaram 1.334 no acumulado do mês, representando um quarto dos atendimentos (25%).
Questões envolvendo doenças de pele, como alergias, também integraram parte dos quadros mais atendidos pelos profissionais da FN-SUS, que em maio protocolaram mais de 5 mil atendimentos.
Deu no Conexão Política