Alvo de campanha de polêmica nas redes sociais sobre o seu gênero, a boxeadora Imane Khelif voltou a vencer. A argelina derrotou a tailandesa Janjaem Suwannapheng nesta terça-feira e lutará a sua primeira final olímpica na carreira. A vitória nas semifinais do peso meio-médio (até 66kg) do boxe feminino na Olimpíada de Paris foi conquistada por decisão unânime dos jurados.
Em sua segunda Olimpíada, Khelif subirá no ringue na próxima quinta-feira em busca de seu primeiro ouro. Suwannapheng levou o bronze, já que todas as boxeadoras semifinalistas sobem no pódio
Dias antes das semifinais, em uma das poucas entrevistas que deu, a boxeadora argelina disse à Associated Press que os ataques que recebeu, principalmente nas redes sociais, têm “efeitos enormes” em sua vida. Não atrapalharam, porém, seu desempenho, uma vez que ela foi dominante no combate. A argelina foi superou à oponente nos três rounds. Em todos, ganhou por 10 a 9.
Khelif tem sido acusada de ser uma mulher transgênero. As acusações e ataques começaram depois que a italiana Angela Carini desistiu de lutar com a argelina em menos de um minuto na Olimpíada sob a alegação de sentir dor intensa no nariz após sofrer dois golpes. Postagens virais nas redes sociais, então, passaram a afirmar que a lutadora africana é um ‘homem biológico’.
Em 2023, a lutadora não passou em um teste de gênero – por ter níveis elevados de testosterona – para competir no Mundial da modalidade e foi desqualificada. O Comitê Olímpico Internacional (COI) saiu em defesa da atleta, assim como o Comitê Olímpico da Argélia.
Fonte: Estadão