Potiguares sonham com participação nas Olimpíadas em 2028

Foto: Alex Régis

A luta por um Sonho Alimentando o sonho de um dia representar o Brasil numa Olimpíada dois atletas potiguares de Flag Football estão dando os seus passos iniciais na Seleção Brasileira da modalidade. O bombeiro e estudante de veterinária Jefferson Luís de Lima, 27 anos, e o professor Bruno Sousa, da mesma idade, já se encontram em período de treinamento para disputa de um torneio internacional no México, marcado para ocorrer entre os dias 13 e 19 de próximo mês de novembro.

Os dois amigos, que atuam no Scorpions, onde conquistaram projeção nacional a ponto de serem convocados, encaram a vida esportiva com os pés no chão. Eles acreditam que iniciaram a pavimentação da longa estrada que terão de percorrer dentro da modalidade, previsto para receber a chancela de esporte olímpico a partir dos Jogos de Los Angeles, em 2028. Quando se trata de um sonho, todo o esforço vale a pena, tanto para Bruno quanto para Jefferson.

O primeiro deles é conseguir conciliar os afazeres diários com os treinamentos da equipe em Natal. No entanto, o maior desafio está sendo arcar com os custos das viagens até a cidade de Leme, no interior paulista e distante cerca de 190Km da capital. Em cada deslocamento para treino, que são realizados de forma espaçada, cada um investe cerca de R$ 2 mil para custear deslocamento, alimentação e a estada.

Por ser um esporte relativamente novo no país, apesar do grande número de praticantes, a Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA) ainda não conta com recursos suficientes para bancar os gastos totais das equipes em torneios internacionais. Então os atletas se responsabilizam pela maior parte das despesas, uma vez que recebem apenas um pequeno auxílio da entidade.

“Os atletas são responsáveis por financiar a maioria de suas despesas, incluindo vistos e passagens aéreas. Recebemos algum suporte da confederação apenas durante os treinamentos, mas fora isso, não temos patrocínio nem apoio adicional, o que nos obriga a buscar recursos por conta própria”, disse Jefferson de Lima.

Visando a competição de novembro, a lista de gastos para cada integrante da seleção consiste no seguinte: Visto e passaporte R$1500 a R$ 2000; Passagem para o México R$ 2500 a R$ 3000; Hospedagem R$ 1000 e Alimentação R$ 150 por dia. “Eu só continuo lutando na seleção para realizar o sonho de competir nas Olimpíadas”, reforçou Bruno Sousa, ressaltando que também não alimenta nenhum outro sonho em relação ao esporte, onde em alguns centros mais adiantados se pode seguir carreira. “Não temos mercado para o flag e jogar no exterior é quase impossível, ainda mais viver do flag. Gostaria muito, mas é praticamente impossível na nossa realidade hoje”.

Com tantas obrigações financeiras a cumprir, nem só com o salário dá para arcar com os custos, uma vez que tanto Bruno quanto Jefferson possuem outras prioridades. Então muitas vezes eles recorrem a realizações de rifas para contar com o auxílio de familiares a amigos. Em relação a competição no México, que vai reunir quase 80 equipes da América, o selecionado nacional convocado especificamente para competição, pretende medir o estágio do processo de evolução no torneio.

“Nosso plano para o torneio, que conta com mais de 60 equipes, é avançar etapa por etapa. O foco inicial é superar a fase de grupos para entrar nos playoffs. Uma vez nos playoffs, daremos o nosso melhor para progredir o máximo possível, mirando as quartas de final e, quem sabe, até a semifinal. Apesar das dificuldades devido ao alto nível da competição, nosso objetivo é chegar o mais longe que pudermos, sempre com a final em vista”, destacou Jefferson de Lima.

Deu na Tribuna do Norte

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