Mesmo sem pandemia, governo Lula tem déficit nominal quase igual ao período mais crítico da covid-19

Foto: Ricardo Stuckert/PR

O governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enfrenta um déficit nominal que se aproxima dos níveis registrados durante o período mais crítico da pandemia de covid-19. A situação é agravada pelo impacto econômico das enchentes no Rio Grande do Sul, que devem pressionar ainda mais as contas públicas.

Os programas sociais e a suspensão do pagamento da dívida do Estado contribuem para o aumento da dívida bruta do governo, que em março de 2023 representava 75,7% do PIB. Embora o Congresso tenha aprovado a exclusão dos gastos emergenciais com o Rio Grande do Sul do cálculo das principais regras fiscais, como o marco fiscal sancionado em agosto de 2023, esses gastos ainda aumentam a dívida pública.

O Boletim Focus, do Banco Central, mostrou que analistas do mercado financeiro elevaram a projeção da dívida pública para 80% do PIB, um aumento em relação à estimativa anterior de 79,75%. Com a recente decisão do Copom de reduzir a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, o custo de financiar os juros da dívida deve aumentar.

As projeções para os próximos anos também indicam um aumento contínuo na dívida pública:

2025: de 76% para 76,15% do PIB
2026: de 77,5% para 78% do PIB
2027: de 75% para 76% do PIB

Dados do Banco Central revelam que o déficit nominal do Brasil foi de R$ 998,6 bilhões no acumulado de 12 meses até março. Este valor se aproxima do patamar mais baixo registrado em janeiro de 2021, quando o déficit atingiu R$ 1,016 trilhão.

As enchentes no Rio Grande do Sul têm um impacto significativo nas contas públicas. A exclusão desses gastos das regras fiscais, embora necessária para a resposta emergencial, não impede que eles contribuam para o aumento da dívida pública.

Outro ponto preocupante gira em torno da percepção de pessimismo econômico, que está crescendo no Brasil, com a maioria da população vendo piora na economia, na inflação e no desemprego, segundo pesquisa recente do Datafolha. Os dados mostram que um número crescente de brasileiros considera que a situação econômica se deteriorou nos últimos meses.

O levantamento do Datafolha revela que mais pessoas esperam um aumento na inflação e no desemprego no futuro próximo. Além disso, muitos brasileiros relatam uma piora em sua situação econômica pessoal.

Esse pessimismo coincide com uma queda na taxa positiva do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A reprovação do presidente aumentou em todo o país, incluindo no Nordeste, sua tradicional base de apoio político.

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