Lula continua a citar Bolsonaro em discursos, contrariando orientações de assessores

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

Embora orientado por sua equipe a evitar menções diretas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continua fazendo referências ao seu principal rival político em seus discursos pelo Brasil.

Em uma entrevista recente à rádio CBN, Lula admitiu ter recebido conselhos de assessores para não citar seu antecessor diretamente. A ideia por trás dessa orientação é diminuir a polarização política, promover um discurso de pacificação no país e focar nas suas próprias realizações. Pesquisas internas do Palácio do Planalto indicam que ataques diretos a Bolsonaro resultaram em uma queda na popularidade de Lula.

No entanto, mesmo sem mencionar Bolsonaro pelo nome, Lula tem feito declarações que claramente se referem ao direitista. Em dois eventos realizados na quinta-feira (20) no Ceará, ele usou metáforas para criticar o governo anterior. No primeiro evento, que anunciou um investimento para os institutos federais, o petista comparou a gestão passada a uma “praga de gafanhotos”.

Depois, durante a entrega de habitações do programa Minha Casa, Minha Vida, no mesmo dia, Lula repetiu a metáfora, destacando as oportunidades perdidas a partir de 2019. Ele também mencionou que o atual ministro da Educação, Camilo Santana, foi governador do Ceará por 8 anos, mas que Bolsonaro nunca o visitou durante seu mandato.

Na sexta-feira (21), em entrevista à rádio Meio, no Piauí, Lula voltou a criticar a administração passada, mas sem citar Bolsonaro diretamente. “Aqui no Brasil, estamos vivendo a seguinte situação: houve uma eleição muito polarizada, em que meu adversário utilizou R$300 bilhões nos últimos dois anos do mandato dele, entre isenção, desoneração e distribuição de dinheiro para ver se se mantinha no poder”, disparou.

Mais tarde, na mesma data, durante uma entrevista à rádio Mirante News FM, Lula afirmou que o ex-presidente “não respeitava nenhuma instituição democrática” e que apenas fomentava “ódio, desavença e confronto”. Ele também mencionou o filósofo Olavo de Carvalho, falecido em 2022: “Olavo de Carvalho vendia a ideia de que a terra era plana, esse tipo de pessoa governou o país”.

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