Barulho de fogos aumenta risco de animais adoecerem

Foto: Magnus Nascimento

No período das festividades juninas, os fogos de artifício de uso recreativo se tornam frequentes pela cidade, tornando os espaços comuns e residenciais alvos dos fortes sons emitidos por eles. A questão acaba tomando proporções ainda maiores por afetar aqueles que não são capazes de se defender dos sons: os animais domésticos. Contudo, há cuidados que podem ser tomados para reduzir o dano aos cachorros, gatos e outros bichos, de forma a prevenir o adoecimento deles por essa razão.

A audição aguçada é o principal motivo do forte impacto que os sons dos explosivos causam nos animais, podendo gerar neles fortes episódios de estresse, com sintomas que vão desde vômitos, aumento de temperatura e dos batimentos cardíacos, gerando até convulsões. Com a explosão de fogos, comuns nas festividades de São João, acontecem mais fugas de animais, que se desesperam e procuram ficar longe do barulho. Além disso, o número de animais doentes também aumenta.

“Enquanto nós ouvimos 20 Hertz, os animais ouvem cerca de 40 Hertz, o dobro da nossa audição, então o impacto sonoro para eles sempre é significativamente maior”, explica o veterinário Marcos Reis. Ele também destaca que os impactos e sintomas primários que os animais sofrem com os estampidos podem se estender a danos e doenças crônicas. “Os animais podem ter convulsões com danos permanentes, desenvolver epilepsia, infecções nos canais auditivos e diversos tipos de danos neurológicos”, relata o médico de animais.

Como forma de prevenir os danos causados pelo barulho repentino e excessivo, uma das medidas possíveis é controlar o ambiente em que o animal está, proporcionando conforto durante o período e mantendo próximo ao pet, objetos e brinquedos que fazem com que se sentam seguros. “É recomendado que não deixe o animal sozinho durante os momentos em que os fogos acontecem, sendo indicado também colocar outros tipos de sons no ambiente em que ele está, além de bolinhas de algodão nos canais auditivos dos animais, como forma de tentar isolá-los dos sons dos explosivos”, sugere Reis.

Como os impactos dos sons afetam os animais também psicologicamente, outras medidas de proteção sugeridas para o incluem o comportamento dos tutores em resposta ao inconveniente. O veterinário destaca a importância de manter uma atitude positiva após os sons, estimulando o sentimento de segurança ao animal também com reforço através de petiscos e gestos carinhosos.

Associada aos fogos, Marcos Reis diz que recebe mais animais doentes nesse período junino por causa do estresse provocados por explosões. “Durante os meses de maior frequência de fogos de artifício, aumenta o número de animais doentes que chegam à clínica, com altos indícios de estresse e distúrbios psicológicos. Como reflexo, os animais apresentam tendência à automutilação, lambendo-se excessivamente e causando mutilações nas patas e caudas”, conta o veterinário.

Deu na Tribuna do Norte

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