O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira, 11, que os cientistas brasileiros precisam “criar vergonha” e desenvolver um produto de Inteligência Artificial (IA) brasileiro em português. O chefe do Executivo disse que pediu que um projeto fosse apresentado durante uma conferência nacional prevista para o próximo mês.
“Eu desafiei os nossos cientistas: “vamos criar vergonha”. Vai ter uma Conferência Nacional em julho, e vocês tratem de me apresentar um produto de inteligência artificial em língua portuguesa, criado pelos brasileiros. Porque a gente não vai permitir que nos roubem a criação da Inteligência Artificial, assim como foi roubada a criação avião”, afirmou.
A declaração foi feita durante a Cerimônia de premiação das Olimpíadas Brasileiras de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP), no Rio de Janeiro. Segundo Lula, os pesquisadores e cientistas brasileiros não podem “esperar os Estados Unidos para copiá-los”.
“Só ouço falar em inteligência artificial. Se Inteligência Artificial é tão importante, por que a gente fica esperando para copiar o que os Estados Unidos? Por que a gente fica esperando pra copiar o que o Japão fizer? Por que a gente fica esperando pra fazer o que a Coreia fizer?” declarou o presidente.
Em março, o presidente disse à ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação Luciana Santos, que quer um plano que promova uma IA “genuinamente guarani”, que proporcione avanços e regulamente o uso da tecnologia. De acordo com o presidente, a ideia de uma ferramenta que opere em língua portuguesa e espanhola surgiu durante o encontro com o presidente da Espanha Pedro Sánchez, no dia 6 de março.
Na ocasião, Lula disse que deposita neles a confiança para a execução do plano e os convidou a aceitar o desafio. “Vocês que são especialistas disso, vocês que entendem disso, vocês que estudam isso, está na hora de vocês, desse Conselho, fazerem um desafio ao presidente da República, faça uma proposta de algo que seja factível, de alguma coisa que possa ser executada, que o Brasil possa se apresentar ao mundo dizendo: nós temos uma política de inteligência artificial genuinamente guarani”.
Deu no Estadão