Posição de Guilherme Boulos sobre usuários de drogas levanta suspeitas

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Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

 

O deputado federal e pré-candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL-SP), defendeu a internação compulsória de usuários de drogas da Cracolândia durante uma sabatina no canal MyNews, na manhã desta quinta-feira (6). Boulos argumenta que a medida é uma alternativa em casos extremos de dependência química, mas deve ser decidida por um profissional qualificado.

“Hoje se faz todo um debate, muitas vezes artificial, em torno da internação compulsória. Sabe por quê? Porque no tema da internação compulsória, qual caso é internação? Qual caso é hospital? Qual caso é redução de danos? Essa definição não pode ser de um prefeito. Essa definição é do profissional”, alegou Boulos, que é formado em psiquiatria e escreveu uma tese de mestrado na área.

Ele exemplificou dizendo que não contrataria um médico para projetar a casa dele, do mesmo jeito que não contrataria um político para receitar tratamento. “Se seu filho, sua filha, está com problema de saúde mental, você ia mandar para o Ricardo Nunes decidir o que ele vai fazer? Não. Você vai mandar para um psiquiatra, para um psicólogo. Então, a definição das formas de tratamento, ela precisa ser feita pelo profissional qualificado. E internação, no limite, é, sim, uma alternativa”, afirma.

A posição de Boulos gerou repercussão negativa em diversos espectros políticos. A esquerda, tradicionalmente contrária à internação compulsória, viu na declaração uma possível manobra política, dado que Boulos é postulante ao Executivo paulistano.

Boulos também citou necessidade de uma abordagem mais ampla, envolvendo profissionais especializados. “Nenhuma pessoa que está viciada, ainda mais no crack, que é uma droga pesadíssima, vai até o CAPS pegar uma senha, esperar, marcar uma consulta para depois de um mês. Isso não existe”, afirmou.

De acordo com ele, há complexidade do problema e, com isso, se faz necessário entender o caso em sua totalidade, trazendo a questão da segurança pública para a discussão central. “O primeiro passo é reconhecer que é um problema complexo”, concluiu o esquerdista.

Deu no Conexão Política

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