Na reunião da segunda-feira (3) com o ministro Alexandre Padilha e os líderes do governo no Congresso, Randolfe Rodrigues; no Senado, Jaques Wagner; e na Câmara, José Guimarães, e do secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan, Lula fez um mea culpa e uma promessa.
Lembrando o fiasco que foi a derrubada dos vetos do governo em projetos aprovados antes pelo Legislativo, como o da “saidinha” dos presos e a manutenção do veto de Jair Bolsonaro em relação ao crime de “comunicação enganosa em massa” (fake news), Lula admitiu que faltou engajamento de sua parte.
Prometeu que, na próxima votação de um tema de interesse do governo, ele próprio vai chamar os ministros indicados pelos partidos aliados para uma reunião. E determinará que eles trabalhem em suas bancadas a pauta que será votada.
Será, aliás, uma espécie de hora da verdade: é quase um consenso que os ministros indicados pelo União Brasil, MDB e outros partidos não teriam votos em suas respectivas bancadas.
Esse foi o primeiro dos encontros semanais que ocorrerão às segundas-feiras para azeitar a articulação política do governo e tentar virar o jogo das seguidas derrotas que tem sofrido em votações no Congresso.
Lula quer retomar a rotina que tinha em seus dois primeiros mandatos e que, sabe-se lá porquê, abandonara neste seu terceiro governo.
Após derrotas, Padilha diz que Lula está à ‘disposição’ do Congresso
O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, minimizou a série de derrotas do governo no Congresso Nacional na semana passada e afirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a articulação política têm “total noção realista do que é o perfil do Congresso Nacional”. Padilha afirmou ainda que Lula está à disposição dos parlamentares e fará “todas as reuniões necessárias com líderes, vice-líderes” para concluir a votação das prioridades do Palácio do Planalto até julho.
“Para que a gente possa concluir a votação da pauta prioritária até julho como sinalizamos, todas as reuniões necessárias com líderes, vice-líderes vão acontecer. A medida que a gente sentir a necessidade por exemplo de qualquer um dos pontos prioritários até o mês de julho precisar de uma reunião mais ampla com os líderes, faremos reuniões mais amplas com os líderes da câmara, do senado. Presidente está absolutamente aberto e disposto a isso.”, disse.
Pela manhã, Lula se reuniu com a equipe política e econômica para tratar sobre a articulação do Planalto no Congresso Nacional. A expectativa é que Lula faça essas reuniões semanalmente para alinhar a estratégia do governo. O encontro durou cerca de 1h30 no Palácio do Planalto.
Padilha, no entanto, afirmou que as agendas serão apenas a retomada das reuniões de coordenação com Lula. Esses encontros, no entanto, não ocorriam de maneira periódica e nem sempre contava com a presença dos líderes do governo.
“A possibilidade de retomada dessa reunião de coordenação tem um avanço positivo em poder coordenar melhor essa atuação. Presidente Lula já recebeu líderes e vice-líderes esse ano. Está à disposição de receber líderes e vice-líderes outras vezes. Tem feito agendas de sanção dos projetos de lei prioritários para valorizar o trabalho dos parlamentares, se encontrar com os parlamentares, tem buscado estar com os parlamentares nos estados.”, salientou.
Até então realizadas sem a participação de Lula, as reuniões de segunda-feira no Palácio do Planalto discutem a semana do governo no Congresso. Em alguns momentos, Lula participou dos encontros e fez reuniões de alinhamento com os ministros palacianos: Rui Costa (Casa Civil), Paulo Pimenta (Secom) e Padilha.
Deu na Tribuna do Norte